(continuação)
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"Conclui o
ex-ministro do governo que a polícia sustenta muito a mídia, e a mídia aceita
esse papel de estímulo a violências, havendo uma relação espúria entre a
polícia e a mídia, registrando que é contra a transcrição de uma fita ilegal
porque isso é crime, mas os jornais vão fazendo, e isso vai sendo aceito,
porque ninguém gosta de ir contra o jornal.
Também o
advogado Mariz de Oliveira deu uma entrevista à Folha de São Paulo, reconhecendo que o trabalho da Polícia Federal
nunca se limitou tanto a escutas telefônicas, e que a prisão preventiva (ou
temporária) deveria ser excepcional em vez de ser aplicada de forma
descontrolada.
Esse advogado
chegou a enviar uma carta ao Superior Tribunal de Justiça, assinada por mais de
onze advogados, manifestando preocupação com a forma açodada e descriteriosa
com que o Judiciário autorizava prisões; em que a Polícia Federal pede a prisão
temporária, e depois a preventiva, sem ter qualquer indício de crime, ficando a
responsabilidade maior com o Judiciário que a autoriza.
Em entrevista à Folha, sob o título “Operações têm erros
graves de investigação”, o advogado Alberto Toron disse que o seu receio é que
algumas operações são baseadas em conversas gravadas, às vezes, tiradas do
contexto ou com uma interpretação forçada, e que a Polícia Federal joga para mostrar serviço, e injustiças
são cometidas por conta disso.
Por ironia do
destino, esse advogado acabou sendo uma das vítimas do grampeamento da Polícia
Federal.
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(continua na próxima semana)
Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável nas livrarias SARAIVA e em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas livrarias de todo o País.
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