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"O medo do
criminalista são os exageros cometidos pela Polícia Federal, porque, se você
recebe um telefonema de alguém que está sendo investigado, você entra no
sistema e os seus telefonemas também começam a ser grampeados, e aí aparece de
tudo, conversas sentimentais, afetivas, confidências, que muitas vezes são
colocados como “moeda de barganha”.
Sobre os abusos
jurídicos nas operações da Polícia Federal, realça o criminalista que, muitas
vezes, os juízes e os tribunais decretam prisões desnecessárias, assinam
mandados de busca e apreensão domiciliares ou em escritórios de advocacia de
forma abusiva, o que exige uma postura de maior firmeza do ministro da Justiça.
Esclarece José
Carlos Dias que, quando era ministro da Justiça tinha o controle da Polícia
Federal, sem ter passado por cima da autoridade de nenhum delegado, pois tudo
era feito num nível muito democrático com muito dialogado. Aliás, o ex-ministro
saiu do ministério porque vazou uma operação que a Polícia Federal iria
desencadear e ele não concordara com esse vazamento, transmitindo ao presidente
da República o ocorrido.
Para o
criminalista, se houver algum mecanismo para evitar os abusos nas operações da
Polícia Federal, isso dará até mais força à instituição, pois o preso não
poderá ser filmado nem fotografado sem sua vontade, e mesmo assim nunca em situação
humilhante. Isso é o mínimo que se pode fazer a quem ainda não foi julgado.
As escutas
telefônicas deveriam existir, mas em caráter excepcional, precisando haver um
controle judicial de uma forma muito exemplar, com o juiz contando com peritos
de sua absoluta confiança para avaliar a necessidade e o método escolhido;
registrando o criminalista que já viu casos em que “houve edição”."
_______________________________________________________________(continua na próxima semana)
Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável nas Livrarias SARAIVA, na www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas livrarias de todo o País.
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