PODER
JUDICIÁRIO.
TRIBUNAL
REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
(Notas
Taquigráficas SAJ/CORTAQ) (Audiência, 16.04.2010)
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(continua)
O que acontece? A conclusão [remessa dos
autos ao juiz] foi para mim, no dia 19 – está aqui, isso é documento oficial do
Tribunal -, ao Gabinete do Vice-Presidente. A distribuição automática foi no dia 18 de setembro,
depois, daquela conversa. Ele fala que a conversa é das 15h. Graças a Deus que
isso aconteceu, porque, senão, tenho certeza de que eles iriam mudar aqui a
data e a horário. O horário eles iam mudar para fazer coincidir com esse aqui,
para dizer que entrou às 18h e que essa conversa foi às 18h30m, mas eles, não
perceberam que essa conversa era anterior à própria distribuição da petição
inicial.
O que aconteceu? É por isso, Excelência,
que, digo-que o Ministério Público confia em bandido, porque um Advogado que
faz isso é bandido. Ele está lá, convencendo o cliente dele a pagar cento e
cinquenta mil por uma decisão “que está tudo pronto"; que nem tinha ainda dado
entrada e que ele já sabia que ia ser deferida, porque, evidentemente, se a da
BETEC foi, essa da ABRA PLAY foi.
Aparecem outras conversas que não
interessam a nós e diz: "Eu tiro cento e cinquenta e o resto a gente tira
o nosso." Eu não participei. Isso é ilação do Ministério Público, que
colocou isso aqui para dizer que o Sérgio Luzio foi lá despachar comigo. Essa
conversa não é de Sérgio Luzio, porque a conversa é do Bruno [assessor do
Tribunal], e diz que o Sérgio negociou cento e cinquenta mil, que não é, porque a conversa [com o
assessor Bruno] aconteceu antes de haver a distribuição [remessa dos autos ao
desembargador].
Quando Sérgio Luzio - diz o Ministério
Público - diz que “já tinha falado com o homem lá, que está tudo pronto para
assinar", está se referindo à segunda medida cautelar inominada proposta
diretamente a CARREIRA. Sendo "o homem lá, que só falta assinar", a
toda evidência o Desembargador. Quer dizer, ele supõe. Ele leu isso aqui, não verificou
as datas. O Sérgio Luzio está conversando com o cliente dele e ele [o
ex-procurador-geral da República, ANTÔNIO FERNANDO DE SOUZA] supõe que o
"homem lá” é CARREIRA ALVIM. Agora, prova material de crime? Nenhuma. Quer
dizer, ele [o advogado] está querendo escorchar o cliente dele para pegar mais trezentos ou
cento e cinquenta mil por uma liminar que ele sabia que ia ser dada, porque já tinha
uma anterior, e, no mínimo, ele teria dez máquinas presas, porque o que eu fiz
foi só reduzir para uma, porque nove foram entregues. Então, essa é a última
montagem feita.
A montagem, Excelência, não é só do
inquérito da Polícia Federal: a montagem é da denúncia também. Não sei quem
montou mais: se foi a Polícia ou o Ministério Público.
Tal medida foi proposta de fato por
Sérgio Luzio; em favor da empresa Abra Play, de quem seria cobrada a
importância de trezentos mil, sendo a metade para CARREIRA ALVIM e a metade,
para Sérgio Luzio. Quer dizer, aqui já virou: metade seria cobrada para Sérgio
e metade seria cobrada para o CARREIRA ALVIM, quando o pobre do CARREIRA ALVIM estava
decidindo de acordo com a consciência dele, porque era da função.
Outros diálogos gravados entre Sérgio Luzio
e o advogado Fred, nos dias que antecederam a concessão da liminar evidenciam
isso. Foi isso que li para Vossa Excelência.
Está aqui:
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(continua na próxima semana) Pág. 90_____________________________________________________________
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