domingo, 3 de fevereiro de 2013

REVISTA PESSOAL CONSTRANGEDORA



           
Quando chegou a minha vez, a minha revolta saía pela boca, e não me constrangi em lembrar, mais uma vez, ao agente policial, que as prerrogativas do meu cargo impediam a colocação das algemas, a uma, porque eu não era ainda um condenado, e, a outra, porque não oferecia nenhum perigo para a segurança do voo.
De novo, ouvi do agente federal a famigerada frase: “Isso é uma exigência operacional, Excelência; nada tendo a ver com as prerrogativas do seu cargo”; e fomos todos nós, assim algemados, postos dentro do avião.
A curiosidade que me assaltou naquele momento era saber se, quando o ministro Cezar Peluso decretara a minha prisão temporária sabia da existência dessas exigências “operacionais”, que se chocam com as prerrogativas do magistrado, indo desde ser despido para exame até a colocação de algemas, com uma prévia e constrangedora revista pessoal; e desejando que algum dia algum ministro daquela Corte passe por situação semelhante, ou pelo menos próximo dela.
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO furacão (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas boas livrarias do País.

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