Quando
chegou a minha vez, a minha revolta saía pela boca, e não me constrangi em
lembrar, mais uma vez, ao agente policial, que as prerrogativas do meu cargo
impediam a colocação das algemas, a uma, porque eu não era ainda um condenado,
e, a outra, porque não oferecia nenhum perigo
para a segurança do voo.
De novo, ouvi do agente federal a famigerada frase: “Isso é uma exigência operacional, Excelência;
nada tendo a ver com as prerrogativas do
seu cargo”; e fomos todos nós, assim algemados, postos dentro do avião.
A
curiosidade que me assaltou naquele momento era saber se, quando o ministro
Cezar Peluso decretara a minha prisão temporária sabia da existência dessas
exigências “operacionais”, que se chocam com as prerrogativas do magistrado,
indo desde ser despido para exame até a colocação de algemas, com uma prévia e
constrangedora revista pessoal; e desejando que algum dia algum ministro
daquela Corte passe por situação semelhante, ou pelo menos próximo dela.
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Trecho do livro
OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO furacão (Geração Editorial), encontrável
em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas boas livrarias
do País.
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