O furacão Hurricane só aconteceu na minha vida porque fui levado
a julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, por conta de estar um ministro de um
tribunal superior envolvido pelos mesmos ventos, que tem como órgão julgador
aquela Corte; porque se eu tivesse sido mantido no meu juízo natural, que é o
Superior Tribunal de Justiça, nada disso teria acontecido, como não aconteceu
na operação Têmis, que varreu o Tribunal Federal de São Paulo, em que o
ministro Felix Fischer autorizou buscas e apreensões, mas não mandou prender ninguém.
Aliás, se tivesse eu podido
escolher, teria preferido ser preso por um policial, porque o meu infortúnio
resultou justo do fato de ter sido eu preso por determinação de um ministro do
Supremo Tribunal Federal que todos consideram infalível; mas que o Criador sabe
que não é; e ele próprio também sabe.
A
partir daí, pouco importa que eu seja absolvido, porque os estragos que essa
maldita prisão temporária tinha que fazer na minha vida já fez; tendo eu me
mantido de pé, porque preciso continuar vivo para provar toda essa maquinação
contra mim, para não morrer como culpado, com o Supremo Tribunal Federal
declarando extinta a punibilidade pela morte, com o arquivamento do meu
processo.
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas grandes livrarias do País.
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