(continuação)
"Em relação a mim, não havia nenhum indício de
autoria nem prova de qualquer infração penal, pois o que eu fazia é aquilo que
eu tinha o dever constitucional de fazer, que é proferir decisões, e, estando
na vice-presidência do Tribunal, conceder liminar quando entender estar havendo
violação a direito alheio.
Mas, mesmo assim, fui grampeado por dois anos e
meio, com autorização do Supremo Tribunal Federal, com várias renovações da
interceptação telefônica, concedidas por dois de seus ministros, Cezar Peluso e
a então presidente Ellen Gracie, e cujo segredo de justiça jamais foi observado,
com a Polícia Federal vazando para a mídia a sua megaoperação, assim que ela
teve início.
Durante o seu depoimento à
CPI do Grampo o juiz Ali Mazloum, de São Paulo, afirmou em alto e bom som que
os juízes se sentem coagidos a autorizar as escutas telefônicas, o que vem
confirmado pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal,
que também afirmou voto naquela Corte que a Polícia Federal faz terrorismo
contra juízes."
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável para compra em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas grandes livrarias do País.
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