PODER. JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
(Notas Taquigráficas SAJ/CORTAQ) (Audiência, 16/4/2010)
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Acontece que é aí que a providência divina vem em
nosso socorro. Esse carro nunca foi do JÚNIOR. Quando isso aconteceu, eu ouvi
lá na grade [cela] da Polícia Federal. O JÚNIOR estava do lado, a gente se
encontrava; porque eles não tinham nem privada para usar. Eu chamava o JÚNIOR
e, inclusive pedi ao carcereiro para colocar o JÚNIOR numa cela mais adequada porque
ele é um advogado. Falei assim: "O que houve?" "Doutor, isso aí
é um carro que o Jaime quis me vender. Acontece que ele deixou o carro comigo e
eu chamei um amigo meu para fazer a vistoria no carro e ver quanto valia. E ele
falou comigo que não valia o tanto que ele estava pedindo. Então eu devolvi o
carro."
Acontece que no dia do meu aniversário, a Polícia
Federal tinha ido lá e fotografado esse, carro na garagem do JÚNIOR. A partir
daí, ela imaginou [inventou] que o JÚNIOR tivesse recebido o carro em pagamento
de propina para intervir nas minhas decisões.
DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ EDUARDO CARREIRA ALVIM (REQUERIDO):
Lembro-me. Vou contar.
O que acontece? Não acharam [os Policiais Federais]
o carro e havia cinco carros iguais na garagem [do JÚNIOR]. Acredita que eles [os
Policiais Federais] foram de, casa em casa [de apartamento em apartamento],
pedindo documento, pedindo placa? Porque acharam que o JÚNIOR teria,
eventualmente, trocado placa para ocultar carro."
Chegou a supor o Ministério Público que esse carro foi
passado para a Boa Vista [a verdadeira proprietária] para ocultar a propriedade.
Fizeram investigação e não se localizou nada. O carro foi lá para eles, porque
é deles, está com eles. Não teve nada.
Bem, infirmou-se a tese do Ministério Público.
Aí fui procurar pela minha memória, Doutor ABEL. O
meu irmão, que é médico, foi me visitar na prisão. Ele falou, assim: “Eduardo --
ele me chama de Eduardo --, é a sua voz que está na televisão.” Eu perguntei:
"Mas, o que falou?" Ele, no princípio, chegou lá de olhos baixos. Eu
disse: "Olha nos meus olhos, porque não tenho nada para esconder de
você". Até que ele firmou os olhos nos meus e falou: "A minha parte
em dinheiro". Eu falei: "Bonifácio, eu não falei isso. Isso não saiu
da minha boca. Eu não tinha nenhum, motivo; nenhum negócio com o JÚNIOR para
falar 'a minha parte em dinheiro'."
Depois que isso aconteceu, fui puxar pela memória
para saber de onde saiu isso. E, aí, vou ter que me reportar de novo; que é
onde o Molina pegou isso. Eu tinha ligado para o Ministro PEÇANHA MARTINS [do
STJ], convidando-o para participar do evento de Buenos Aires, como palestrante.
-- era para falar sobre “lavagem de dinheiro” -- e ele falou comigo assim: "CARREIRA
AL VIM, eu não sou a pessoa mais indicada para isso. Quem é especialista nisso
é o GILSON DIPP. Então, você conversa com ele [...]”
(continua na próxima semana) (pág. 74)
NOTA: A partir dessa parte do meu depoimento, vai começar a aparecer a "manipulação" feita pela Polícia Federal, fazendo montagem de uma frase, com palavras extraídas da minha conversa com meu genro, para me incriminar (a famosa: "minha parte em dinheiro, tá?) conversa que nunca houve, a não ser na "montagem" feita pela Polícia Federal.
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