(continuação)
"O que eu disse a meu genro
nada tinha a ver com minhas decisões sobre caça-níqueis, tendo inclusive o
ministro Peçanha Martins, quando depôs como minha testemunha no procedimento a
que respondi no Conselho Nacional de Justiça, confirmado as nossas conversas,
tanto a que teve comigo quanto as que mais de uma vez manteve com Silvério Júnior,
meu genro, tudo dentro de um contexto que só quem não quer enxergar não vê ali
a verdade sobre o episódio do dinheiro.
Nenhuma das conversas que o
ministro Peçanha Martins teve comigo e com o meu genro foram transcritas pela
Polícia Federal porque seriam a prova inconteste do embuste montado para fazer
supor que eu tinha feito um trato que só existia na imaginação dos policiais.
Assim que tive acesso às gravações, pude
constatar que tinha sido exatamente isso que acontecera, o que punha à mostra
que a frase metida no relatório do delegado Ézio Vicente da Silva, da Polícia
Federal, era produto de uma montagem, com palavras cortadas e coladas, o que
dava para perceber a olho nu, e que mais tarde veio a ser comprovado pela
perícia realizada pelo professor Ricardo Molina, da Universidade de Campinas,
um dos mais acreditados peritos deste país.
Esses fatos são detidamente
considerados num trecho próprio pelo inusitado de que se reveste, na medida em
que foram montados por uma instituição como a Polícia Federal, com potencial
para convencer duas outras, todas da maior importância na garantia dos direitos
e da liberdade neste país."
(continua na próxima semana)
_________________________________________________________
Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas boas livrarias do País (inclusive na Argumento).
Nenhum comentário:
Postar um comentário