(continuação)
"Em virtude da inconfidência do então
desembargador Castro Aguiar à minha mulher, quando de uma conversa com ele a
respeito da disputa para a presidência do tribunal, também ele sabia da escuta,
pois, de outro modo, não poderia saber que eu seria “preso e afastado do cargo
de desembargador”, pelo que não poderia ser candidato à presidência.
Fiquei sabendo, nessa
oportunidade, que no Tribunal havia e continua havendo desembargadores federais
da estrita confiança da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, mas
isso não é bom para a segurança dos direitos e pela confiança que todos
depositam na Justiça.
Quando chamei o
desembargador Ricardo Regueira ao meu gabinete para uma conversa, pensando que
os grampos eram coisa da chapa alternativa à presidência da Casa, ele achou que
eu deveria dar ciência da escuta ao então presidente, Frederico Gueiros, mas
não dei; e foi bom que não desse, porque senão a Polícia Federal, o Ministério
Público e o ministro Cezar Peluso teriam sabido da minha descoberta muito antes
do que souberam, porque o próprio Frederico Gueiros teria se encarregado de
lhes repassar a minha descoberta.
Essa minha descoberta
prematura da escuta ambiental, segundo
consta dos relatórios da Polícia Federal, determinou o abortamento de outras iniciativas em relação a outros
desembargadores federais do Tribunal; o que, de outra forma, poderia ter
determinado a implosão do Tribunal por inteiro.
Depois do que passei com o maldito furacão, fico
pensando se isso não teria sido melhor para a justiça."
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br; www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br, na Livraria La Selva (nos Aeroportos) e em toda boa livraria do Brasil.
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