(continuação)
"Como naquela época o Tribunal do Júri não era soberano, como é hoje, apesar
de os irmãos Naves terem sido absolvidos em Araguari, acabaram condenados pelo
Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que, acolhendo recurso do Ministério
Público estadual, lhes impôs a pena de vinte e cinco anos de reclusão, depois
reduzida para dezesseis anos, pelos mesmos seis votos a um, invertendo, assim,
em favor da acusação, o veredicto absolutório.
Tempos depois, quando um dos irmãos, o Joaquim Naves, já havia falecido,
aparece viva a suposta vítima, Benedito Caetano, ficando evidente que tudo não
passara de uma “trama” armada pela polícia mineira para condenar os dois irmãos
inocentes, que não haviam praticado crime algum; e ainda haviam sido vítimas da
suposta vítima, que havia fugido com parte do dinheiro produto da venda de café
pertencente aos dois irmãos.
Na época dos fatos, o delegado civil, que não
fazia o jogo da polícia mineira e do Ministério Público local, e não se
mostrava disposto a “fabricar” provas contra os acusados, acabou afastado do
inquérito pelo governo, substituído pelo tenente militar apelidado “Chico
Vieira”, temido como um homem truculento e adepto de torturas, que foi nomeado
delegado interino de Araguari somente para presidir esse inquérito; e, nessa
condição, fabricou todas as provas que a polícia queria, para mostrar sua
eficiência em desvendar o crime (inexistente), dando ao Ministério Público
local o que ele precisava, igualmente par aostrar serviço, para denunciar
alguém pela prática de um crime que jamais existira."
(continua na próxima semana)
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Trecho do licro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br, na Livraria La Selva (nos Aeroportos) e nas boas livrarias do Brasil.
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