sábado, 15 de setembro de 2012

ARREPENDIMENTO DE UM DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL



(continuação
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"Certa feita, vi um senhor idoso e negro passar em frente à cela dois, onde estávamos, e perguntei ao delegado Carlos Pereira quem era, tendo-me dito que era o seu motorista, que havia sido também preso, pelo fato de ser da sua confiança. 

O delegado Carlos Pereira pode aposentar-se, mas a sua indignação é tanta e maior o seu arrependimento em ter feito o que fez como delegado federal, que ele me disse que não se aposentará sem antes retornar aos quadros da Polícia Federal, para ser um novo delegado, mais humano e mais sensível, para nunca mais expor eventuais investigados a situações de constrangimento e vexame, como as em que havia ele próprio sido desnecessariamente exposto.
Ninguém mais que eu torce para que esse delegado federal tenha sucesso na sua nova vida, após a passagem do furacão, e possa refazer a sua vida, com vistas postas na frase de Chico Xavier:  “Embora ninguém possa voltar atrás para fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora para fazer um novo fim”.

Não houve quem não demonstrasse certa fraqueza em algum momento da sua passagem pela carceragem da Polícia Federal, e até quem sentisse nas lágrimas o leito natural para tanta agonia, e um delegado federal não foi exceção nesse universo de sofrimento."
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br , www.bondfaro.com.br, www.estantevirtual.com.br, na Livraria La Selva (nos Aeroportos), e em outras livrarias em todo o Brasil.

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