(continuação)
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"Foi nesse clima que o
delegado Carlos Pereira abriu-me a sua alma, relatando-me tudo o que havia
acontecido com a operação por ele deflagrada em Niterói, que veio a determinar
a minha decisão para que fossem as máquinas caça-níqueis restituídas aos seus
donos, e, a partir daí toda essa confusão em que fomos metidos até o pescoço.
Desembargador, disse ele, eu
não lhe conhecia pessoalmente quando recebi a intimação das suas decisões,
determinando-me a restituição das máquinas apreendidas por ordem minha, e lhe
confesso agora que ficava indignado com elas, xinguei o senhor de tudo que é
nome, de “filho da puta” para baixo; mas, conhecendo-o agora como o conheço, e
vendo quem o senhor é realmente, e a pessoa humana que o senhor é, confesso-lhe
que me arrependo profundamente do que fiz e do que disse, pois jamais faria
isso novamente.
E acrescentou que as gravações
das suas conversas com seus interlocutores comprovaram que ele repassava toda
essa sua indignação com as minhas decisões, mas os seus colegas federais, da contra-inteligência
da Polícia Federal, na sua interpretação dos fatos, entenderam que o xingamento
que ele me fazia era para dissimular a sua participação na quadrilha de caça-níqueis,
razão por que foi igualmente preso, juntamente com outros colegas delegados,
referindo-se a outros delegados federais também presos pela operação.
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO" (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, em www.estantevirtual.com.br , em www.bondfaro.com.br e na Livraria LaSelva (nos Aeroportos) e em outras livrarias em todo o Brasil.
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