segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ARREPENDIMENTO DE UM DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL



(continuação)

"Até a nossa chegada na carceragem em Brasília, não me recordo de ter visto mais o delegado Carlos Pereira, mas apesar de ser ele um delegado especial como era, recebeu da Polícia Federal o mesmo tratamento proporcionado aos demais presos, sendo revistado e algemado como todos os demais, inclusive os desembargadores e o procurador da República.
Assim que chegamos à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, fomos colocados na mesma cela, e foi ali que Carlos Pereira pôde passar a limpo a sua trajetória funcional, percebendo que ninguém, nem mesmo um delegado federal, classe especial, como ele, poderia se sentir acima do bem e do mal, fazendo a seus custodiados tudo o que agora a sua instituição estava fazendo com ele.
Na cela dois, o delegado Carlos Pereira dormia do lado da minha cama, mesmo porque o espaço era muito pequeno para seis presos, e ali pernoitou durante todo o tempo em que permanecemos presos.
Assim que a realidade vivida por cada um foi mostrada aos demais, todos sentiram a necessidade de abrir o seu coração, mesmo porque se sentiam injustiçados pelo sistema, e estavam, sem exceção, indignados com as armações de que se consideravam vítimas."

(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, em www.bondfaro.com.br, na Livraria La Selva (nos Aeroportos) e outras do ramo.

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