domingo, 17 de junho de 2012

JORNALISMO ÉTICO AINDA EXISTE

(continuação)


"O princípio fundamental do Direito, diz Marcelo Medeiros, que é a presunção de inocência, vem sendo ignorado, pois inocentes, até prova em contrário, já estão cumprindo a pena do escândalo imposta pela mídia. Ao receber um telefonema de alguém que esteja sendo investigado você entra no sistema de gravação da Polícia Federal – o sistema permite a interceptação simultânea de até três mil ligações – e passa a ter seus telefones grampeados e a sua vida sorrateiramente devassada.
Falando como cidadão, cobra o jornalista maior responsabilidade dessas instituições, asseverando que a sociedade brasileira vem aplaudindo a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público, no combate às fraudes de toda natureza que inundam o país. Mas exige que este combate se faça com rigoroso respeito às leis e aos dispositivos constitucionais, que asseguram os direitos individuais.
A quebra do sigilo de conversas telefônicas, gravadas ou não com permissão da Justiça, e divulgadas pelos meios de comunicação, vai custar caro ao país, quando os interessados forem pedir indenização por danos morais e profissionais, causados por vazamentos de informações protegidas por segredo de justiça, e sob a guarda do Estado.
É inimaginável, num Estado de Direito, que as conversas telefônicas entre os investigados e seus advogados sejam interceptadas pela polícia, em flagrante violação à lei."

(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br e em www.bondfaro.com.br 

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