domingo, 17 de junho de 2012

CASO PROJAC DA REDE GLOBO DE TELEVISAÕ



(continuação)

"Quando a Rede Globo de Televisão se incumbiu de desrespeitar o “segredo de justiça” imposto às diligências da Polícia Federal, na operação Hurricane, não creio que soubesse que aquele desembargador que ela expunha à execração pública, sem culpa formada, divulgando os vazamentos repassados pela Polícia Federal, fosse o mesmo desembargador que, no passado, revertera a sentença contra ela que a havia condenado a restituir à Caixa mais de trinta e um bilhões de cruzeiros, moeda de 1991, que convertida em reais ou em dólares daria igualmente alguns bilhões nessas duas moedas.
Será que um desembargador como eu, que tinha em minhas mãos um processo com sentença condenatória da Rede Globo em bilhões de cruzeiros, a depender do meu voto para ser confirmada ou não, se prestaria a se corromper pela quantia de um milhão de reais por conta de uma liminar, temporal e provisória, em favor de casas que exploram bingo?
Não digo que o meu voto fosse decisivo, mas a realidade é que nos tribunais, o voto do relator tem um enorme peso, para que um recurso seja acolhido ou denegado, e os meus votos quase sempre foram seguidos pelos demais desembargadores do Tribunal.
Aliás, explorar por explorar, a Rede Globo de Televisão é mestra na exploração da opinião pública, o que ela faz como ninguém, pelo que, se eu fosse dado à prática da corrupção como ela ajudou a divulgar, por certo teria sido ela própria a melhor “vítima” que tive nas mãos durante toda a minha carreira de juiz, numa demanda bilionária."

(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br e em www.bondfaro.com.br 

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