Editor: Reinando Nóbrega
(continuação)
PERGUNTA: Qual a participação do
ministro DIPP na Hurricane? E os demais citados de passagem no livro?
RESPOSTA: O ministro Gilson
Dipp foi convidado por mim para participar do Curso de Buenos Aires, para falar
sobre “lavagem de dinheiro”, por sugestão do ministro Peçanha Martins, então
Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça. O ministro Dipp, como
corregedor do Conselho Nacional de
Justiça, votou pela minha aposentadoria compulsória, pelo fato de eu ter aceito
participar de um almoço num restaurante no Rio de Janeiro, a convite do
advogado Castelar Guimarães, que, sem o meu conhecimento, convidara dois
empresários, clientes seus, que vim depois a saber, pela denúncia oferecida
pelo Ministério Público Federal, eram ligados a casas de bingo, que inclusiva
já tinham sido fechadas. Mas esse almoço aconteceu sete meses depois de os bingos terem sido fechados e minhas
decisões não valerem mais nada, nem para papel higiênico; ou seja, sete meses
depois do furacão. E o mais inusitado é que ele me recriminou por
eu ter participado de um almoço, cujos convidados eu não conhecia, dizendo que
eu deveria ter me retirado do restaurante, mas ele próprio foi, a meu convite,
a Buenos Aires, participou comigo de um almoço que oferecemos a todos os
palestrantes, e não se retirou do recinto, apesar de saber que eu estava sendo
investigado sob suspeita de corrupção. O
ministro Gilson Dipp se limitou a citar o meu depoimento, mas não leu (ou seu,
não entendeu) nada do que eu disse, quando depus perante um desembargador no
próprio Tribunal a que pertenço; porque, se tivesse lido, jamais poderia ter
concluído aquilo que concluiu. Se o objetivo do CNJ era "mostrar
serviço", realmente mostrou, mas um "mal serviço" à justiça e à
verdade do que aconteceu, bastando que se confira aquilo que Gilson Dipp diz no
seu voto, acompanhado pelos demais, e aquilo que consta efetivamente dos
documentos em que se baseou. Como o
ministro relator não encontrou nenhum fundamento para me incriminar pelos fatos
narrados na denúncia, que são mentirosos e inverídicos, acabou por me condenar
por ter almoçado num restaurante, a convite de um advogado, que por sua vez
tinha convidado duas pessoas a quem eu nem conhecia.
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(continua na próxima semana)
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