domingo, 24 de junho de 2012

CASO "PROJAC" DA REDE GLOBO DE TELEVISÃO


(continuação)

"Aos que me derem o prazer da leitura, e que acreditaram nas versões divulgadas pela Rede Globo a meu respeito, perguntem a ela quanto a empresa mãe (holding), ré na ação, pagou pelo meu voto, que foi o condutor da decisão a seu favor, na reversão da sentença do juiz, pela qual tinha sido condenada a devolver à Caixa a fabulosa quantia de trinta e um bilhões, noventa e três milhões, oitocentos e sessenta e cinco mil cruzeiros, além das demais verbas acessórias impostas por esta sentença.
Para que se tenha ideia dessa cifra, só a verba honorária importava, na época, em aproximadamente vinte milhões de dólares, que o advogado do autor deixou de embolsar.
Existe um provérbio que diz que “cesteiro que faz um cesto, faz um cento, e, tendo cipó e tempo, faz duzentos”.
Não foram apenas os casos Infoglobo e Globopar que passaram pelas minhas mãos, mas outros com relevância econômica e financeira, principalmente inúmeros em matéria tributária, pelo que não iria eu me sujar e comprometer o meu nome e da minha família, por conta de liminares pertinentes a liberação de máquinas de caça-níqueis, que eu previa, mesmo porque não sou nenhum idiota, que não passaria pela presidência da Corte, e nas mãos do então presidente desembargador Frederico Gueiros seria suspensa.
No entanto, isso não me preocupava, porque a minha satisfação não era com as empresas que pediam as decisões e nem com a presidência do Tribunal que as suspendia, mas com a minha consciência de julgador; e faria tudo de novo, se me fosse dado voltar no tempo, porque nada fiz do que tenha a me envergonhar.
Sobre os espetaculosos noticiários da mídia, especialmente divulgados pela Rede Globo de Televisão, resta repetir que o mal da imprensa “é falar do que não sabe, para quem não conhece, sobre um assunto que lhe é estranho”.
Talvez por isso a democracia sobreviva em toda parte apesar da imprensa, e não por obra dela."
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br e em www.bondfaro.com.br 

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