segunda-feira, 23 de abril de 2012

DEPOIMENTO DOS INDICIADOS



 (Continuação)
"Logo que entrei, vi que lá estava sentada uma senhora, à direita da cadeira onde sentaria o delegado, que supus devesse ser um membro do Ministério Público Federal, e realmente era uma subprocuradora-geral da República.
Quando chegou o delegado que não fiquei sabendo quem era, ele sentou-se, fez a minha identificação de praxe, e algumas perguntas sobre o meu patrimônio, que respondi prontamente, e quando deveria passar aos fatos objeto da investigação, ele mesmo se encarregou de me dizer: “Sobre os fatos, o senhor vai ficar calado, não é? Porque foi isso que fizeram os seus colegas”.
Respondi afirmativamente, sem saber a que colegas se referia, porque não perguntei, mas acredito que devesse ser ao desembargador Ricardo Regueira, pois o juiz trabalhista Ernesto Dória já tinha sido ouvido na carceragem do Rio de Janeiro, supondo que com isso seria imediatamente liberado, embora não o tenha sido.
O meu advogado fez algumas intervenções técnicas durante o meu depoimento, que o delegado federal atendeu, fazendo constar, mas também não me lembro sobre o que foi.
A subprocuradora-geral da República, presente à inquirição, passou-me a impressão de que iria formular perguntas, mas quando o delegado federal lhe perguntou se tinha alguma pergunta a fazer ela disse que não.
Dali fui encaminhado a uma sala ao lado para ser “fichado”, para que fossem feitos alguns registros sobre a minha pessoa, tendo eu respondido, nessa oportunidade, a todas as perguntas que me foram feitas pelo meu inquisidor. O desembargador Ricardo Regueira foi “ouvido”, quase concomitantemente, pois, assim que saí, ele entrou"."

(Continua na próxima semana).
 
Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br e em www.bondfaro.com.br 

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