domingo, 6 de novembro de 2011

GRAMPOS DESCOBERTOS NO MEU GABINETE.


"Quando providenciei alguém da minha confiança para fazer a varredura no meu gabinete, fiquei estupefato, e me recusei a crer no que os meus olhos viam. Os servidores do meu gabinete, mais próximos de mim, que acompanharam a varredura, ficaram, igualmente, atônitos. Fato é que estávamos diante de um fato surrealista, em que o gabinete de um desembargador, vice-presidente de um Tribunal Regional Federal, estava tomado por um sistema de escuta ambiental; aliás, diga-se de passagem, da pior qualidade, que prejudica inclusive ao próprio grampeado, pela má qualidade da recepção. Pedi aos varredores que tirassem algumas fotos do que fosse possível fotografar, e fui pensar nas providências que deveria tomar a respeito.
Assim que descobri os grampos, conversei com alguns colegas, como os desembargadores federais Vera Lúcia Lima, Paulo Barata e Ricardo Regueira, mostrando-lhes o que eu havia descoberto no teto do meu gabinete, alertando-os de que os seus poderiam estar também grampeados; ocasião em que lhes pedi sigilo sobre a descoberta porque, até então, não sabia a quem atribuir a responsabilidade.
De uma coisa eu tinha certeza: o então presidente, desembargador Frederico Gueiros sabia do grampo, porque seria inadmissível que a Polícia Federal, com autorização ou sem ela, adentrasse o Tribunal, e o meu gabinete sem que o presidente do Tribunal o soubesse."

(Trecho do livro "Operação Hurricane: Um juiz no olho do furacão" (Geração Editorial); encontrável em www.bondfaro.com.br).

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