domingo, 6 de novembro de 2011

UMA CONVERSA MONTADA SEM PÉ NEM CABEÇA

"Por solicitação da defesa do meu genro, a juíza condutora do seu processo determinou a realização de uma perícia pelo Instituto Nacional de Criminalística da Diretoria Técnico-Científica do Departamento de Polícia Federal em Brasília, nas mesmas gravações examinadas pelo perito e professor Ricardo Molina, o que gerou o laudo de exames que foram feitos por etapas.
Nesse laudo, consta que foi registrada no sistema de interceptação um diálogo entre dois homens, supostamente Júnior e Carreira Alvim.
Esse laudo traz um resumo dos eventos registrados no áudio, nos seguintes termos:
a) o interlocutor suposto Júnior diz “Pode falar, Doutor”, com ruído de fundo;
b) o interlocutor suposto Carreira Alvim diz “Ta me [ou...]”, provavelmente perguntando “Ta me ouvindo?”, com ruído de fundo;
c) o interlocutor suposto Júnior responde “To”, com ruído de fundo;
d) o interlocutor suposto Carreira Alvim diz “Aqui... aquela... aquela ideia sua [ach] (interrompido)”, com ruído de fundo;
e) o interlocutor suposto Carreira Alvim diz “o...o...o...o...a....a.”, com ruído de fundo;
f) o interlocutor suposto Carreira Alvim diz “[...arte] em dinheiro, tá?”, com ruído de fundo;
g) o interlocutor suposto Júnior diz “Não, pode deixar, já... já... já..., com ruído de fundo;
h) o interlocutor suposto Júnior diz “Ta tudo na cabeça, já aqui, pode deixar tá?”, com ruído de fundo;
i) o interlocutor suposto Júnior diz “Preocupa não”, com ruído de fundo;
j) o interlocutor suposto Carreira Alvim diz “Ta bom, querido, obrigado, hein?. Tchau”, com ruído de fundo;
l) o interlocutor suposto Júnior diz “Nada, tchau, tchau...te mais tarde”, com ruído de fundo.
 Como se vê, a conversa que a Polícia Federal gravou, como ela própria comprova, não tem nem pé nem cabeça, porque as palavras que dariam sentido às frases foram simplesmente “cortadas”, pela razão de que o que foi cortado não interessada, pois as minhas conversas com o meu genro eram sobre viagens e compras de passagens dos participantes do encontro de Buenos Aires."

NOTA ´Foi esta frase montada pela Polícia Federal "[arte] em dinheiro, tá?", que a Rede Globo coloconou no ar assim: "Quero minha parte em dinheiro, tá?", acrescentando duas palavras, para dar sentido à maldita frase. 

(Trecho do livro "Operação Hurricane: Um juiz no olho do furacão" (Geração Editorial); encontrável em www.bondfaro.com.br)

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