(continuação)
A minha
passagem pelo escritório-modelo da Faculdade de Direito marcou a minha trajetória,
além de me dar a oportunidade de ampliar minha sensibilidade social, já que
este escritório atendia apenas pessoas carentes, prestando-lhes a assistência
judiciária gratuita.
Lembro-me
de que, certa vez, atendi a uma senhora grávida de quase nove meses, que me
disse das suas dificuldades em vir ao escritório, porque tinha que tomar três
ônibus, e, não tendo dinheiro para tanto, andava um trecho a pé, para que o dinheiro
desse para as passagens de ida e volta.
Apesar
das minhas carências, arranjei para ela o dinheiro das passagens, para que não
tivesse que andar carregando aquela enorme barriga; e com isso reduzi feliz a
minha porção de sanduíches de final de semana.
Quando verifiquei que o meu
futuro dependia exclusivamente de mim, nunca mais pedi ajuda a ninguém, e
passei a fazer todos os concursos que me apareciam pela frente, mesmo que não
pretendesse tomar posse; pois precisava de títulos para competir em eventuais
provas de títulos nos concursos mais importantes que viesse a fazer.
O meu
trabalho como estagiário e, depois, como orientador forense do Escritório-Modelo,
permitiu-me fazer grandes amizades em todos os níveis, sendo dessa época a
minha amizade com o então juiz Carlos Velloso – depois ministro do Supremo
Tribunal Federal – que se dava ao trabalho de conversar comigo sobre assuntos
jurídicos e sobre os concursos que eu pretendia fazer, pois ele acompanhara de
perto a minha vida depois da morte do meu pai.
(continua na próxima semanda)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável nas livrarias SARAIVA e TRAVESSA, e também em www.livrariasaraiva.com.br, www.travessa.com.br, www.estantevirtual.com.br, em www.bondfaro.com.br e em outras livrarias do País.
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