segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA A "FATO NOTÓRIO"



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(continuação))

FATO NOTÓRIO: O seu livro – “Operação Hurricane – um juiz no olho do furacão” – deve expor mais feridas e atingir outras autoridades, inclusive do Judiciário?

CARREIRA ALVIM
O meu livro não atinge ninguém, limitando-se a contar a versão dos fatos, como realmente aconteceram, e que foram distorcidos pelos meus algozes com o propósito deliberado de me incriminar, inventando que eu integrava uma quadrilha de bingos.


FATO NOTÓRIO: Bingos, caça-níqueis, jogo do bicho, dentre outras contravenções, tem alguma proximidade com o Poder  Judiciário? Qual o nível desta proximidade?

CARREIRA ALVIM: 
Não tem proximidade alguma, limitando-se esses empresários a se valer da Justiça quando precisam dela; mesmo porque a justiça cível não distingue o direito da parte pelo caráter das pessoas, como acontece com a justiça criminal. A proximidade dessas atividades, infelizmente, sempre foi com a Polícia, conforme noticiado diuturnamente pela mídia.


FATO NOTÓRIO: O senhor era desembargador federal no Rio de Janeiro – alguém extremamente poderoso na sociedade – e, de outro modo, aponta ter sido vítima de ações da Polícia Federal, Ministério Público e do próprio Judiciário. Qual sua opinião do cidadão comum que muitas vezes sofre com situações análogas e não tem poder nenhum?

CARREIRA ALVIM: 
Quando a justiça se junta ao Ministério Público e à polícia federal para investigar alguém, como se fossem uma só instituição, o que poderia resultar daí foi o que resultou: uma armação, que é o avesso da justiça. Se comigo, que era desembargador federal, me prenderam, me despiram, me puseram algemas, e me colocaram numa cela “comum” juntamente com outros investigados, indiferentes às prerrogativas asseguradas pela lei ao magistrado, imaginem o que não fazem com o cidadão comum. E isso, sem se ter a quem recorrer, porque quem fez o que fez comigo foi o Supremo Tribunal Federal, através do ministro Cezar Peluso, que é o atual [hoje, aposentado] presidente da mais alta corte de justiça do País. 


(continua na próxima semana)

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