domingo, 7 de abril de 2013

EX-MINISTRO CEZAR PELUSO NA TEORIA E NA PRÁTICA

(continuação)
Jornal Valor: Como o senhor acha que deve ser combatida a corrupção no Judiciário?

Ministro Peluso: A primeira coisa que devemos ressaltar é que temos que ter paciência para enfrentar isso. Eu gostaria de desfazer essa tentativa preconceituosa de dizer que, como presidente do CNJ, eu ia assumir uma atitude corporativista para evitar a apuração das irregularidades. Preciso historiar um pouco a minha vida pra mostrar como isso é uma falsidade grosseira. Fui juiz da Corregedoria em São Paulo durante dois anos, e fui escolhido por um corregedor que nunca tinha me visto na vida. Eu era encarregado na Corregedoria de cuidar de processos disciplinares contra magistrados. Nós pusemos dez juízes fora da magistratura em dois anos, dois dos quais foram condenados criminalmente, coisa raríssima na história da magistratura do país. Um deles cumpriu pena longa. No fim acabou cometendo um segundo crime que não tinha nada com o exercício da função. Todos esses processos foram preparados por mim.
(continua na próxima semana)
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OBSERVAÇÃO:
Vê-se que, na TEORIA, o ex-ministro afirma que "temos que ter paciência para enfrentar isso", mas, na PRÁTICA, não se deu ao trabalho de fazer uma leitura atenta e criteriosa das "montagens" feitas pela Polícia Federal [ÉLZIO VICENTE DA SILVA] e aumentadas pelo ex-procurador-geral da República [ANTÔNIO FERNANDO DE SOUZA].
E vê-se também que já era useiro e vezeiro nas suas investidas contra os juízes, achando por isso que eu também era um corrupto. Se tivesse sido mais responsável, como o ministro Felix Fischer foi no caso do TRF-3, em que desembargadores foram vítimas das mesmas armações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, eu e minha família não estaríamos passando por esse calvário.

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