(continuação)
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"Por
que as megaoperações da Polícia Federal nunca deram em nada, estando a maioria
delas perdidas nos escaninhos dos tribunais?
A
única resposta que tenho para todas essas indagações é uma só, qual seja,
queriam evitar a minha chegada à presidência do Tribunal e escolheram o caminho
mais torpe, infame e degradante para conseguir isso, e o que é pior, contando
com o apoio do Ministério Público a que já pertenci e com a Justiça que eu
integrava.
O
maldito furacão começou como simples ventos
de contrabando de peças de caça-níqueis, transformados, por engenharia e
obra do Ministério Público Federal, com a colaboração da própria Justiça, em ventos da formação de quadrilha e da corrupção.
As
denúncias que faço não se destinam a lavar a minha honra e a minha dignidade,
porque, pela forma como elas foram manchadas, será exatamente como o erro
judiciário de Araguari, que nunca deixará de existir, mas, enquanto eu tiver força
moral para gritar e divulgar a injustiça que a Justiça a que eu servia cometeu
contra mim, vou gritar.
Só
gostaria que as instituições do meu país voltassem os olhos para esse maldito
furação, para descobrir por que as decisões que proferi e que tinham o seu
fundamento em crime de contrabando, acabaram se transformando em decisões para
permitir o funcionamento de jogos de bingo, quando eu jamais proferir qualquer
decisão neste sentido.
A
Justiça não é propriedade dos juízes e tribunais, mas uma garantia de todos os
que habitam este país, nacionais ou estrangeiros, magistrados ou não. "
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável nas Livrarias Saraiva ou em www.saraiva.com.br , www.estantevirtual.com.br , www.bondfaro.com.br e nas livrarias de todo o País.
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