sexta-feira, 19 de abril de 2013

DO CONTRABANDO À ILEGALIDADE DO JOGO


(continuação)
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"Por que as megaoperações da Polícia Federal nunca deram em nada, estando a maioria delas perdidas nos escaninhos dos tribunais?
A única resposta que tenho para todas essas indagações é uma só, qual seja, queriam evitar a minha chegada à presidência do Tribunal e escolheram o caminho mais torpe, infame e degradante para conseguir isso, e o que é pior, contando com o apoio do Ministério Público a que já pertenci e com a Justiça que eu integrava.
O maldito furacão começou como simples ventos de contrabando de peças de caça-níqueis, transformados, por engenharia e obra do Ministério Público Federal, com a colaboração da própria Justiça, em ventos da formação de quadrilha e da corrupção.
As denúncias que faço não se destinam a lavar a minha honra e a minha dignidade, porque, pela forma como elas foram manchadas, será exatamente como o erro judiciário de Araguari, que nunca deixará de existir, mas, enquanto eu tiver força moral para gritar e divulgar a injustiça que a Justiça a que eu servia cometeu contra mim, vou gritar. 
Só gostaria que as instituições do meu país voltassem os olhos para esse maldito furação, para descobrir por que as decisões que proferi e que tinham o seu fundamento em crime de contrabando, acabaram se transformando em decisões para permitir o funcionamento de jogos de bingo, quando eu jamais proferir qualquer decisão neste sentido.
A Justiça não é propriedade dos juízes e tribunais, mas uma garantia de todos os que habitam este país, nacionais ou estrangeiros, magistrados ou não. "
 
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável nas Livrarias Saraiva ou em www.saraiva.com.br , www.estantevirtual.com.br , www.bondfaro.com.br e nas livrarias de todo o País.

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