(continuação)
"A primeira notícia veiculada pela Rede Globo, em 13 de abril, era inclusive inverídica, porque dizia que eu estava preso quando, na verdade, ainda estava na minha casa “orientando” a busca e apreensão, que foi feita com a minha supervisão.
Nessa
oportunidade, diziam os repórteres que eu integrava a máfia dos caça-níqueis e
vendia liminares à quadrilha para viabilizar o funcionamento das casas de
bingo, uma nova inverdade, porque as liminares concedidas não eram para
funcionamento de casas de bingo, embora a Polícia Federal tenha se esforçado
para aparentar que fossem.
As liminares
objetivavam na verdade a liberação de máquinas de caça-níqueis, mas sob o
fundamento de que a Polícia Federal alegava que elas continham componentes importados, quando não continham, pois
estes componentes eram produzidos no país.
Como, na qualidade de desembargador, eu não
era vidente e nem tinha bola de cristal, deferia liminares simplesmente para
que as máquinas indevidamente apreendidas
fossem restituídas, ficando retida apenas uma de cada tipo para ser
periciada.
Todas as casas de jogos beneficiadas com essas
decisões estavam funcionando, algumas com alvará concedido pelos municípios,
como acontecia em Petrópolis, e outras com decisões provisórias concedidas por
outros juízes ou desembargadores federais, não
tendo eu concedido nenhuma liminar neste sentido."
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável para compra em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas grandes livrarias do Brasil.
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