domingo, 30 de dezembro de 2012

IMPORTÂNCIA DO FATO E DA VERSÃO DO FATO



(continuação)

"A primeira notícia veiculada pela Rede Globo, em 13 de abril, era inclusive inverídica, porque dizia que eu estava preso quando, na verdade, ainda estava na minha casa “orientando” a busca e apreensão, que foi feita com a minha supervisão.

Nessa oportunidade, diziam os repórteres que eu integrava a máfia dos caça-níqueis e vendia liminares à quadrilha para viabilizar o funcionamento das casas de bingo, uma nova inverdade, porque as liminares concedidas não eram para funcionamento de casas de bingo, embora a Polícia Federal tenha se esforçado para aparentar que fossem.

As liminares objetivavam na verdade a liberação de máquinas de caça-níqueis, mas sob o fundamento de que a Polícia Federal alegava que elas continham componentes importados, quando não continham, pois estes componentes eram produzidos no país.

 Como, na qualidade de desembargador, eu não era vidente e nem tinha bola de cristal, deferia liminares simplesmente para que as máquinas indevidamente apreendidas fossem restituídas, ficando retida apenas uma de cada tipo para ser periciada.

 Todas as casas de jogos beneficiadas com essas decisões estavam funcionando, algumas com alvará concedido pelos municípios, como acontecia em Petrópolis, e outras com decisões provisórias concedidas por outros juízes ou desembargadores federais, não tendo eu concedido nenhuma liminar neste sentido."

(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável para compra em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas grandes livrarias do Brasil. 

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