NO OLHO DO FURACÃO
Editora: Neiba Ota
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(continuação)
PERGUNTA: Como foi a sua prisão?
RESPOSTA: Sabia que no primeiro momento
que pudessem tentariam me afastar da presidência. A gente percebe isso no jogo
do poder, o grupo que está com você e o que está contra. Mas não podia imaginar
que se serviriam de uma decisão que repeti de outra. Esta decisão que eles
chamaram de suspeita já tinha sido dada por outros. Afastaram a mim, o vice e o
candidato a corregedor. Só que isso surgiu efeito pedagógico. Quem foi recusado
a vice-presidente acabou presidente. Eu sabia que havia uma armação. Eu tinha
organizado um evento em Buenos Aires, sobre os desafios da corrupção. Lá tinha
ido o ministro Cezar Peluso, do Supremo, como convidado. Eu não sabia quem
mandou colocar grampo no meu gabinete. Vi que o ministro corria de mim. Ele
mandou me grampear.
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(continua na próxima semana)
NOTA: Na época dessa entrevista, o processo estava em curso no STF, sob a relatoria do então ministro Cezar Peluso, tendo sido, posteriormente, remetido ao STJ, ainda sem relator, apesar de decorridos mais cinco anos dessa maldita e desastrada operação da Polícia Federal, mancomunada com o Ministério Público Federal e sob a condução do Supremo Tribunal Federal (Cezar Peluso).
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