segunda-feira, 1 de outubro de 2012

DEPOIMENTO PRESTADO POR CARREIRA ALVIM, NO RIO DE JANEIRO, E QUE O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA NÃO LEU.


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO 
(Notas Taquigráfícas SAJ/CORTAQ)                                           Audiência, 16/4/2010

(continuação)
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"Passou a ter frequentes contatos com Jaime Garcia, passando SILVÉRIO JÚNIOR a figurar como negociador das vantagens pela organização dos serviços prestados ao Desembargador."

Ele queria, de todo jeito, achar uma forma de me vincular ao grupo criminoso. 

(Lê)  

''No curso da presente investigação, a autoridade policial registrou encontros - de novo - constantes entre CARREIRA ALVIM e Jaime Garcia em restaurantes .. ." 

É impressionante: um homem desse deveria ser processado por afirmação caluniosa e não se esconder -- se bem que agora ele já se aposentou e não vai se esconder atrás da Procuradoria Geral --, porque essa é uma afirmação altamente caluniosa. 

(Lê) 

 " ... casas de, bingo, passeios na praia e almoço na casa de SILVÉRIO JÚNIOR, este último no dia             11 de janeiro - ver abaixo item 36 --, anotando situações que demonstram serem bastante íntimos." 

Primeiro, que esse "ver abaixo 36" não tem nada a ver como item 36. Eles quiseram se referir a uma anotação, à informação policia 17, aqui no item 36. Não fala nada. Simplesmente não tem.    

Doutor ABEL, Vossa Excelência há de admitir que, se fosse comprometedor, não estaria transcrito o motivo de ele falar que houve isso, houve aquilo, conforme informação da polícia?  

Agora vou explicar a Vossa Excelência o que houve em todos esses casos. "Em restaurantes". Esse encontro no Fratelli, sete meses depois [das decisões, já cassadas], em virtude do convite que me foi feito pelo [advogado mineiro] por conta dessa coisa aparentemente ininteligível, de me chamar para voltar a lançar meus livros na Del Rey. 


"Casas de bingo". Sabe o que é esse "encontro em casas de bingo"?' Uma vez, um ministro [do STJ] estava lá em casa e era um dia em que não tinha feito lanche. Lá havia um restaurante e eu falei: "Vamos dar uma chegada no bingo". A gente gastava cinquenta reais, lanchava, ficava lá um pouquinho e saia. Ele foi comigo. Ele até falou: "Por que proibiram isso aqui? É tão fácil fiscalizar, porque tem caixa, tem máquina, tem tudo". Eu sempre disse isso nesta Corte: "É preferível' saber onde o jogo está e poder fiscalizar a não saber onde ele está e ele ser clandestino". Essa sempre foi a minha teoria. 

(...) 
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           (continua na próxima semana)                                                                        59
                                                                                                                                        

NOTA: A partir dessa ida a uma casa de bingo, que funcionava regularmente na Avenida Sernambetiba, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e que todos frequentavam, o então procurador-geral da República, ANTÔNIO FERNANDO DE SOUZA, chegou à inusitada conclusão (FRUTO DA SUA IMAGINAÇÃO) de que eu mantinha contatos com Jaime Garcia em "casas de bingo". E o que é pior: o ex-ministro do STF CEZAR PELUSO acreditou nas palavras deles. NADA DISSO É VERDADEIRO: o fato é verdadeiro (eu estive lá), mas a versão do fato é fantasiosa e mentirosa (quando supôs que eu tivesse ido encontrar alguém). Aliás, a cabeça de alguns membros do Ministério Público, muitas vezes, funciona assim: com a ideia voltada para comportamentos criminosos, que só existem na sua imaginação. SE EXISTE UMA VERSÃO FANTASIOSA, QUE DÁ UMA COMÉDIA TRÁGICA, ESTA SEM DÚVIDA É A DADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL NESSE CASO. 

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