"A noite do dia 20 de abril
não fora para mim das mais agradáveis, pois senti muita dor no corpo, e não
tinha nenhum remédio à mão para aliviá-la, sem ânimo bastante para incomodar os
meus companheiros de cela, que já dormiam, para perguntar-lhes se podiam me socorrer
naquela emergência.
Virando de um lado para o outro
e tentando concentrar-me para pegar no sono, o máximo que consegui foi alguns
cochilos, quando o dia amanheceu, e a dor tornou-se uma sensação quase
imperceptível.
No dia seguinte, o
desembargador Regueira me disse que tinha o comprimido adequado para o minha
dor, e que eu deveria tê-lo acordado, mas, para quem sabe o que é dormir na
prisão não se animaria a perturbar o sono de outro encarcerado.
Após o café da manhã, o
desembargador Regueira começou a fazer a sua leitura matinal dos salmos em voz
alta, pedindo a atenção de todos para o seu sentido, sempre condizente com a
situação em que nos encontrávamos no momento."
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, www.bondfaro.com.br, www. estantevirtual.com.br e em outras livrarias em todo o Brasil.
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