Editor: Ronaldo Nóbrega
(continuação)
Pergunta: Peluso fez o que quis, só por que quis? O que
aconteceu na Argentina que não foi contado?
Carreira Alvim: O ministro
Cezar Peluso fez o papel de um “inocente útil”, pois a então deputada Marina
Maggessi disse na “CPI das Escutas Clandestinas” que lhe pediu uma audiência,
foi ao gabinete dele, e lhe disse que ele estava sendo manipulado pela
Polícia Federal; mas, infelizmente, ele não acreditou e decidiu me prender sem
se inteirar realmente dos fatos, como ocorreram realmente. Para a versão da Polícia Federal e do
Ministério Público Federal ter um mínimo sentido, teria sido preciso que “o relógio do tempo corresse para trás”.
No encontro jurídico na Argentina não aconteceu
nada além do que foi contado no livro, tendo eu estranhado que o ministro
Peluso viesse me evitando, pois onde eu estava, ele não chegava, e onde eu
chegava ele se retirava; o que só vim a saber quando fui preso no Rio de
Janeiro, que ele havia decretado a minha prisão (apesar de não me ter sido
exibido nenhum mandado na ocasião da prisão), e que tinha autorizado grampos no
meu gabinete na Vice-Presidência do TRF-2, e embarcado para Buenos Aires para
participar de um Curso sobre “Os desafios da corrupção”, organizado por um
órgão da ONU, sob a coordenação de Carreira Alvim, o desembargador que ele
supunha envolvido com a corrupção do jogo.
Eu realmente vou morrer indignado com a justiça,
porque o mesmo ministro que acreditou nas aleivosias do Ministério Público e da
Polícia Federal foi quem me denunciou perante o STF, e, pela Constituição, o
órgão acusador não pode ser o mesmo órgão investigador. Se isso foi feito com
um desembargador, imagine você o que não estarão fazendo com os cidadãos neste
País.
_________________________________________
(continua na próxima semana)
Nenhum comentário:
Postar um comentário