(continuação)
"Diz o jornalista que o então ministro da Justiça Tarso Genro, a quem
estava subordinada a Polícia Federal, continuava fingindo que a “inquietação”
do presidente da República não era com ele; e a Polícia Federal permanecia
fazendo seus shows para a televisão.
Para Marcelo Medeiros, não existe o mínimo de respeito a quem sequer foi
julgado, pois um preso não pode ser fotografado nem filmado, pois a fotografia
ou filmagem só pode ser feita se ele quiser.
Sem falar expressamente nos “vazamentos” da polícia para a mídia,
registra que a divulgação de fitas ilegais é crime e vem sendo feita
constantemente.
Registra, também, o jornalista que as pessoas são algemadas toda vez que
são transportadas de um lado para outro, mesmo que não ofereçam risco; e até
mesmo os que se apresentam espontaneamente à autoridade policial são algemados.
É a chamada “pena de algemas” que existe na lei, mas é aplicada arbitrária e ilegalmente,
para aviltar o investigado perante o telespectador.
É exatamente isto, pois, quando da minha prisão temporária, os policiais
federais colocaram algemas em todos os conduzidos para Brasília, inclusive em
mim e no saudoso desembargador federal Ricardo Regueira, e, quando invoquei as
prerrogativas da função, me disseram os federais que aquela medida nada tinha
com a minha função, sendo uma simples medida “operacional”.
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANDE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br e em www.bondfaro.com.br
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