Editor: Reinaldo Nóbrega
(continuação)
PERGUNTA: Por que o senhor se
"arrependeu" de ter contribuído para abortar operação da
Polícia Federal sobre os demais desembargadores? O que o senhor descobriu ou,
pior, o que ainda não foi revelado?
RESPOSTA: Foi um procurador da República
no Rio de Janeiro quem disse isso, numa entrevista a um jornal
"online", dizendo que as investigações iriam prosseguir,
relativamente a outros desembargadores, também suspeitos, e só não prosseguiu
porque haveria eleição para a Presidência do TRF-2, dentro de pouco tempo, e eu
seria o candidato natural, e aí foi preciso que a operação fosse abortada
(palavras dele) em relação aos demais. Isso deixa claro que o objetivo era
impedir que eu chegasse à Presidência do Tribunal. Eu disse que me arrependi de
não ter entregado a um jornalista do Estadão as provas que advogados me haviam
repassado contra desembargadores federai tido como aéticos, porque não quis
delatar membros do meu Tribunal, provas essas que a mídia interpretou como
sendo um “dossiê” contra meus colegas, para fazer chantagem (um absurdo). Essas
provas são incriminadoras, e devem estar em poder do ministro Cezar Peluso,
pois tudo o que foi apreendido lhe foi encaminhado a ele, para integrar o
processo penal; mas, apesar disso, nada aconteceu contra esses desembargadores;
e nem mesmo o Conselho Nacional de Justiça, que se tornou tutor da justiça
brasileira, tomou qualquer atitude para apurar o que realmente aconteceu.
Se eu tivesse podido prever que eu seria
o “bode expiatório” dessa armação toda, para que não chegar à Presidência do
TRF-2, eu teria entregado esses documentos ao jornalista do Estadão, para que
ele fosse em busca da verdade, fazendo com que os ventos do furacão atingissem
realmente os verdadeiros culpados, e que continuam lá com a complacência do
CNJ, pois, na época, mostrei esses documentos ao então corregedor desse
Conselho.
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(continua na próxima semana)
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