terça-feira, 1 de maio de 2012

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS NADA PRIVADAS


"O fato que me causou o maior constrangimento foram as idas ao banheiro, que, de necessidade fisiológica das mais prazerosas, transformaram-se num tormento sem tamanho num mundo de seres que se dizem racionais.
Sempre que precisava ir ao banheiro, só podia fazê-lo acompanhado de um policial federal, além do que o prazer fisiológico não podia ser exercitado com a porta fechada. Como há quem, com eu, que não consegue fazer suas necessidades fisiológicas com alguém vigiando, mais não fiz do que fiz, embora tenha ido ao banheiro inúmeras vezes.
Ficava imaginando a razão desse procedimento dos policiais federais, e só conseguia entendê-lo, por que na adolescência havia lido Saint-Exupéry, e lá há uma passagem, em que um soldado tinha que fazer todo dia a mesma coisa, embora não houvesse mais razão alguma para continuar fazendo, e justificava: “É o regulamento”.
Na Polícia Federal deve haver uma regra interna assim: “Nenhum preso pode ir sozinho ao banheiro, mesmo que seja um magistrado”; pelo que eu era “acompanhado” na viagem de ida e de retorno.
Os banheiros da Polícia Federal no Rio de Janeiro, quando lá estive, não eram exemplo de higiene, e estavam precisando urgente de reforma, porque além de alguns estarem interditados, outros estavam em lamentável em estado de conservação, a ponto de eu ter que me sentar no vaso com os pés numa enorme poça d’água existente em toda a extensão do banheiro, porque não havia outra forma"

 (continua na próxima semana)
 
                  Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com e em www.bondfaro.com.br

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