"Numa situação como a
desencadeada pela operação Hurricane, a
família se revela o suporte indispensável para manter o preso de pé, mas, na carceragem
da Polícia Federal, esse apoio é muito difícil, para não dizer impossível
mesmo, para quem não tenha um advogado ou advogada na família.
A Ordem dos Advogados do
Brasil, enquanto instituição que congrega os advogados, vale pouco ou nada nessas
horas, pois nenhum dos seus altos dirigentes se dispõe a fazer prevalecer a
Constituição e as leis sobre o contradireito,
respaldado pela força policial, fato que pude comprovar na minha passagem pela
Polícia Federal; e não foi alguém que me contou não, tendo eu próprio
constatado isso por mim mesmo.
Ao
advogado são reconhecidas mais prerrogativas do que se reconhecem a um juiz,
porque ao advogado é permitido avistar-se com o seu cliente sempre que
necessário, e, nesse ponto, salvo casos eventuais de incomunicabilidade
temporária, o acesso do advogado ao cliente não encontra obstáculos.
A minha irmã, Maria Helena, juíza federal em
Minas, esteve na carceragem da Polícia Federal em Brasília, mas não pôde me ver
porque não era dia de visita e ela não era advogada; tendo eu ficado sabendo
que o mesmo aconteceu com a juíza Lana Regueira, mulher do desembargador
Ricardo Regueira, que só conseguiu se avistar com o seu marido depois que deu o grito na porta do gabinete do ministro Cezar Peluso no Supremo Tribunal Federal"
(Continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO, encontrável para compra em www.saraiva.com.br e em www.bondfaro.com.br
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