domingo, 11 de dezembro de 2011

DEPOIMENTO DE CARREIRA ALVIM AO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, E QUE ESTE CONSELHO NÃO LEU.

"DESEMBARGADOR FEDERAL ABEL GOMES (RELATOR): Ele teria sido uma das pessoas?
DESEMBARBADOR FEDERAL JOSÉ EDUARDO CARREIRA ALVIM (REQUERIDO): Aliás, sabe onde fiquei conhecendo essas pessoas? Lá na carceragem da Polícia Federal. A decisão do Ministro PELUSO foi no sentido de que a nossa prisão temporária seria para evitar nossos contados com os quadrilheiros, mas me levaram e me puseram lá dentro da Polícia Federal, com todo mundo. Então, conversei com todos eles.
Doutor ABEL, é bom quando nós não temos peso na consciência, porque eu chegava para eles e perguntava: "Quem é você?" E respondia: "Eu sou o Anísio". Eu ainda brinquei com ele e perguntei: "Quantas vezes o senhor foi preso?" E ele disse: "Ah, Excelência! Umas quarenta! Prender bicheiro é bom porque até Juíza vira Senadora.
Eu contei isso para a DENISE FROSSARD. Eu falei para ela assim: "Ele falou comigo que Juiz que manda prender bicheiro, DENISE, vera até Senadora". Aí o amigo dla, que estava com ela, falou: "É mesmo. A DENISE só foi Senadora porque mandou prender."
Conversei com todos eles. Alguns até não queriam conversar. Eu fiquei conhecendo lá.Eu não sabia quem eram os quadrilheiros.
Dessa quadrilha que o Ministério Público falou aí, dos membros que ela arrolou, meu relacionamento era com o JÚNIOR, que, se praticou algum crime, foi ter casado com a minha filha. Entendeu? Foi ter pedido a mão dela. E o crime que eu cometi foi ter concedido. Então, a nossa relação, dentro desse episódio que o Ministério Público fantasiou, seria essa.
O REGUEIRA -- olha, aconteceu igualzinho ao Caso dos Irmãos Naves, em que dois foram condenados, um morreu e o outro ficou para fazer justiça. Conseguiram matar o REGUEIRA. Eu tentei tirar o REGUEIRA de dentro de casa. Tentei tudo que um ser humano pode fazer por outro "REGUEIRA, vamos lá para o Instituto, vamos trabalhar, vamos dar aula! Você precisa ter força para demonstrar sua inocência, porque se você morrer, isso acaba prescrevendo.
E, lá na prisão, ele até, coitado, ainda estava meio traumatizado com isso. Ele tinha falado comigo. Eu falei para ele que eu queria ser cremado e ele falou para mim: "Não vou deixar cremar você porque eu quero encontrar com você no Paraíso, e as pessoas cremadas não entram no Paraíso". Mal ele sabia que eu que iria enterrá-lo.

(Na próxima semana tem mais).

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