domingo, 20 de novembro de 2011

"UMA QUADRILHA INTEIRAMENTE DESQUADRILHADA"


 "No pátio, exceto o desembargador Ricardo Regueira que, ficava de cócoras, literalmente, ninguém ficava parado, caminhando em círculo para ativar os músculos; coisa que eu vira apenas nos filmes que retratavam os campos de concentração.
Enquanto um grupo caminhava para a esquerda, o outro caminhava para a direita; enquanto eu, particularmente, caminhava ora para a esquerda e ora para a direita, conversando com os que davam atenção, para intuir por que estavam realmente presos.
É claro que eu não iria perguntar aos integrantes da alta cúpula do jogo do bicho motivo da sua prisão, o que seria uma demonstração de insensatez, embora eu tivesse ficado surpreso ao encontrá-los ainda na carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro; mesmo porque eu nunca soube que bicheiros fossem donos de casas de bingo e de máquinas eletrônicas programadas.
 O que pude concluir da conversa que tive com muitos desses presos é que a maioria dos deles não tinha uma relação estável uns com os outros que os pudesse qualificar como “quadrilheiros”, pelo que se aquilo era uma “quadrilha” os que montaram a operação furacão não entendiam nada do assunto, ou então esta era a mais desorganizada quadrilha que existia."

(Trecho do livro "Operação Hurricane: Um juiz no olho do furacão", encontrável em www.bondfaro.com.br)

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