"Quando soube que se tratava de um exame de corpo de delito, tentei argumentar que eu não havia sido molestado pela Polícia Federal, por ocasião da minha prisão, e que estava disposto a assinar qualquer documento nesse sentido, para não ser despido, mas nada adiantou, porque queriam realmente me ver pelado.
Nesse momento, ouvi, pela primeira vez, uma expressão que me acompanharia e constrangeria durante toda a minha passagem pelas mãos dos policiais federais, sempre que lhes lembrava que eu era um juiz com prerrogativas constitucionais, não por mim como pessoa, mas como membro do Poder Judiciário: “Isso é operacional, Excelência; e não tem nada a ver com as prerrogativas de Vossa Excelência”.
Por determinação dos policiais acabei tirando a roupa e até as meias, ficando literalmente pelado; mandaram-me dar uma volta de trezentos e sessenta graus, não me lembro de me terem feito perguntas, e em seguida mandaram-me vestir." (Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: Um juiz no olho do furacão (Geração Editorial), à venda pela internet).
OBS: Esta foi a primeira vez, durante a Operação Furacão, em que as prerrogativas da magistratura "iam para o espaço".
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