domingo, 7 de agosto de 2011

ISSO É OPERACIONAL, EXCELÊNCIA; E NAO TEM NADA A VER COM AS PRERROGATIVAS DE VOSSA EXCELÊNCIA

"Quando soube que se tratava de um exame de corpo de delito, tentei argumentar que eu não havia sido molestado pela Polícia Federal, por ocasião da minha prisão, e que estava disposto a assinar qualquer documento nesse sentido, para não ser despido, mas nada adiantou, porque queriam realmente me ver pelado.
Nesse momento, ouvi, pela primeira vez, uma expressão que me acompanharia e constrangeria durante toda a minha passagem pelas mãos dos policiais federais, sempre que lhes lembrava que eu era um juiz com prerrogativas constitucionais, não por mim como pessoa, mas como membro do Poder Judiciário: “Isso é operacional, Excelência; e não tem nada a ver com as prerrogativas de Vossa Excelência”.
Por determinação dos policiais acabei tirando a roupa e até as meias, ficando literalmente pelado; mandaram-me dar uma volta de trezentos e sessenta graus, não me lembro de me terem feito perguntas, e em seguida mandaram-me vestir." (Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: Um juiz no olho do furacão (Geração Editorial), à venda pela internet).

OBS: Esta foi a primeira vez, durante a Operação Furacão, em que as prerrogativas da magistratura "iam para o espaço".

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