OPERAÇÃO HURRICANE, DEFLAGRADA PELA POLICIA FEDERAL, JUNTAMENTE COM O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PARA DESMORALIZAR UM JUIZ E IMPEDI-LO DE CHEGAR A PRESIDENCIA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO.
sábado, 25 de outubro de 2014
JANTAR DA TURMA DO GAT-64 DA FACULDADE DE DIREITO DA UFMG
Esta Turma de 1968, mais conhecida como GAT-64 (data de ingresso na Faculdade de Direito da UFMG), se reúne periodicamente para matar as saudades. Eu fiquei tão feliz em encontrar os colegas e conversar com eles que tirei poucas fotos, que publico aqui.
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Da esquerda para a direita: Maria Regina, Tetê Carreira Alvim, Isa, Carreira Alvim e Elizabeth Diniz |
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Tetê Carreira Alvim conversando com Diva Cabral, ambas prestigiando o nosso encontro. |
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Tetê Carreira Alvim com Onaldo Franco Janotti. |
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Carreira Alvim e Tetê bem Belo Horizonte |
A TRAMA DIABÓLICA
(continuação)
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Foi o que aconteceu
em relação a Heli Mesquita. Como meio de precipitar a queda do governador Mauro
Borges, algum tempo antes da deposição deste, um grupo de integrantes da UDN
arquitetava, entre quatro paredes, uma trama diabólica. Queriam um pretexto para
apear do poder o então governador. Então, depois de muita discussão, elegeu-se
um companheiro da própria sigla para sacrifi car. Heli Mesquita deveria ser
assassinado, a culpa pela morte do vereador oposicionista inescapavelmente
recairia sobre Mauro Borges.
Mas por que Heli?
Era um dos nomes fortes da UDN, vereador e presidente da Câmara Municipal de
Goiânia – pela quinta legislatura – com livre trânsito entre os militares,
especialmente no 10º BC, sob o comando do coronel Danilo Darcy de Sá da Cunha e
Melo.
Porém,
graças a essa articulação de Mesquita, a trama foi descoberta a tempo e
poupada a vida do vereador.
O episódio ainda
hoje é lembrado por políticos contemporâneos de meu pai. Dia desses esteve em
meu escritório José Roberto da Paixão, um expressivo personagem da advocacia e
da política, que integrou o Tribunal de Justiça do Estado como representante do
quinto constitucional da OAB-GO. Ele me indagou se sabia da reunião secreta em
que se decidiu pela morte de Heli Mesquita. Disse-lhe que sim, e provei,
citando detalhes ocorridos na macabra assembleia, fatos por ele confirmados,
uma vez que a trama para a deposição de Mauro Borges buscava uma vítima influente no processo político para atingir esse fim – meu pai. Na ocasião, Paixão
revoltou-se contra o insano ato de tão desleais companheiros da UDN, confessou
em minha sala no escritório.
O fato se tornaria
público somente anos mais tarde, em duas reportagens, uma delas no jornal Cinco
de Março, do jornalista Batista Custódio, e a outra do advogado e jornalista Neiron Cruvinel, no jornal O Repórter. Ambos já tinham
ciência desse fato.
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro "QUANDO O PODER É INJUSTO" (Editora Kelps), de autoria de Eládio Augusto Amorim Mesquita, que foi também uma das vítimas da "Justiça", e conta seu drama nesse livro, para não deixar impunes seus algozes.
COMEÇO DE UMA VIDA
(continuação)
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O início da minha trajetória
como operador do Direito se deve a uma grande amiga – dentre as tantas que tive
na Faculdade de Direito – Elizabeth Diniz, ou Beth para os amigos, que, além de
competente advogada, era também jogadora de vôlei nas quadras do Clube Forense
de Belo Horizonte, onde exercitava o seu talento desportivo.
Mas,
além das suas qualidades de operadora do Direito, Beth tinha uma qualidade que
fazia dela um inigualável ser humano, que é a solidariedade e o desejo de
ajudar as pessoas; e, mesmo para mim, que a conhecia, surpreendeu-me.
Eu tinha passado no concurso
para procurador da República – o primeiro, até então, realizado no país – tendo
feito as provas escritas em
Belo Horizonte, mas não tinha a menor condição financeira de
deslocar-me para Brasília, onde seriam realizadas as provas orais; nem tinha um
parente que pudesse emprestar-me dinheiro para investir na minha pretensão de
me tornar um procurador da República.
Certo dia, encontrei-me com
Beth, que estava acompanhada do noivo, Saint’ Clair, mais tarde seu marido, tendo
ela me perguntado quando seriam as provas orais do concurso de procurador da
República.
Contei-lhe, nessa
oportunidade, o meu drama, dizendo-lhe que provavelmente não faria essas
provas, pois seriam realizadas em Brasília, e eu não tinha recursos para me
manter naquela capital durante tanto tempo. Neste momento, Beth me disse sem
pestanejar: “De jeito nenhum. Você vai fazer as provas, sim, e ficará hospedado
conosco; não é Saint’Clair?” O noivo nem teve tempo de raciocinar, e foi logo
concordando: “Claro, você ficará hospedado conosco, com muito gosto”.
Foi assim que, a convite do
casal, fui para Brasília, fiz as provas orais, fui aprovado, e tomei posse no
cargo de procurador da República. O que o casal Saint’ Clair fez por mim,
poucos, naquelas circunstâncias, teriam feito, pois me hospedou na sua casa,
onde ainda permaneci por algum tempo, até que me casei com Tetê, vindo a ocupar
um pequeno apartamento na Asa Norte do plano piloto de Brasília.
Foi assim que me tornei
procurador da República, vindo a fixar residência em Brasília. A par das
grandes alegrias que a capital me proporcionou, pois lá nasceram minhas duas
filhas, belas e inteligentes candanguinhas, Luciana e Bianca, essa cidade me deu
também a maior tristeza de toda a minha família, pois de lá partiram os ventos
que formaram o maldito furacão que me atingiria no dia 13 abril de 2007, que
foram o mandado de prisão temporária e de busca e apreensão dos meus bens e o
injustificado despojamento da magistratura.
(continua na próxima semana)
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável nas livrarias SARAIVA e TRAVESSA (Rio), e também em www.livrariasaraiva.com.br, www.travessa.com.br, www.bondefaro.com.br, www.estantevirtual.com.br e em outras livrarias do País.
Tem também a versão E-Book, para quem gosta de ler "on line".
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