domingo, 13 de julho de 2014

QUANDO O PODER É INJUSTO, OU SERIA A "JUSTIÇA"?

A TRAMA DIABÓLICA

"Revela-se intrigante o ponto comum que faz a interseção de minha trajetória com a de meu pai, Heli Mesquita: ambos fomos vítimas de uma trama diabólica que tinha como objetivo a nossa destruição física ou moral.
No início de minha adolescência, em 1964, estourou o movimento militar, que alguns chamaram de "revolução". Na época, meu pai, jornalista e militante político por 23 anos, Heli Mesquita, era vereador em Goiânia pela União Democrática Nacional (UDN), a aguerrida sigla a que também pertencia o brigadeiro Eduardo Gomes.
Espírito crítico, combativo, estava à frente do programa "O Mundo em Sua Casa", veiculado pela Radio Brasil Central, com o slogan "A cada volta do ponteiro, notícias do mundo inteiro". Algum tempo depois, Heli Mesquita comandaria o "Em Primeira Mão", na TV Goiânia, o primeiro programa político da televisão em Goiás, levado ao ar ao vivo. A página eletrônica tinha como slogan um desafio: "Essas notícias podem ser discutidas, debatidas, mas jamais desmentidas".
O jornalista sentava-se em uma poltrona em frente à câmera -- não havia o ponto eletrônico acoplado à câmera em que se exibe o texto a ser lido em cena [o prompter], como nos dias atuais. O amigo e colega Baltazar de Castro soltava o título de uma notícia e Heli apresentava o texto com desenvoltura, em um português impecável, com seu vozeirão de locutor. Apesar da improvisação, não cometia os deslizes, as hesitações e gagueiras de certos apresentadores de hoje."
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro  "QUANDO O PODER É INJUSTO" (Editora Kelps), de autoria de Eládio Augusto Amorim Mesquita, que foi também uma das vítimas da "Justiça", e conta seu drama nesse livro, para não deixar impune os seus algozes.

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