(Continuação)
FATO NOTÓRIO: O senhor teme pela sua vida após a publicação do livro “Operação Hurricane – um juiz no olho do furacão”?
FATO NOTÓRIO: O senhor teme pela sua vida após a publicação do livro “Operação Hurricane – um juiz no olho do furacão”?
CARREIRA ALVIM: Eu não posso temer em contar a verdade do que aconteceu, para que as instituições brasileiras, inclusive o Supremo Tribunal Federal, que é (ou deveria ser) a verdadeira fortaleza do cidadão, e também dos juízes, quando acusados, retornem aos trilhos da legalidade institucional. Se alguma coisa me acontecer, ou à minha família, não é difícil saber quem foi, porque só pode ser algum dos personagens do meu livro, que não tiveram como explicar seus atos.
FATO NOTÓRIO: O senhor afirma que a
denúncia não se sustenta. Poderia apontar alguns dos equívocos da denúncia
aceitos pelo ministro Cezar Peluso?
CARREIRA ALVIM: Foram vários os equívocos cometidos
pela denúncia, e que não teriam ocorrido se tivessem o denunciante e o ministro
Cezar Peluso feito uma leitura atenta do que se contém no inquérito policial
“montado” pela Polícia Federal.
A frase “minha parte em dinheiro” nunca existiu, tendo a perícia realizada pelo perito professor Ricardo Molina, da Universidade de Campinas, comprovado que houve manipulação das conversas pela polícia federal; porque na verdade os vocábulos “parte” e “em dinheiro” foram cortadas de uma conversa minha com meu genro sobre a viagem para o congresso de Buenos Aires, ao qual compareceram, inclusive, os ministros Cezar Peluso, que relatou a minha denúncia no STF, e o ministro Gilson Dipp, do STJ, que relatou a minha aposentadoria compulsória no Conselho Nacional de Justiça.
A frase “minha parte em dinheiro” nunca existiu, tendo a perícia realizada pelo perito professor Ricardo Molina, da Universidade de Campinas, comprovado que houve manipulação das conversas pela polícia federal; porque na verdade os vocábulos “parte” e “em dinheiro” foram cortadas de uma conversa minha com meu genro sobre a viagem para o congresso de Buenos Aires, ao qual compareceram, inclusive, os ministros Cezar Peluso, que relatou a minha denúncia no STF, e o ministro Gilson Dipp, do STJ, que relatou a minha aposentadoria compulsória no Conselho Nacional de Justiça.
FATO NOTÓRIO: Por fim, o senhor crê na
“Justiça”?
CARREIRA ALVIM: Eu fui a maior vítima que a justiça
poderia ter feito neste País, porque, mesmo antes de ser julgado, sei, pela
minha consciência de juiz, que não fiz nada daquilo que a denúncia me atribuiu.
Aliás, o procurador-geral da República, que é o chefe da instituição chega ao
absurdo de dizer, na denúncia, que se formara no Rio de Janeiro, uma quadrilha
para viabilizar o jogo de bingo no Rio de Janeiro e Espírito Santo; mas ele
sequer se deu ao trabalho de verificar o que realmente constava do inquérito,
que já era em si mesmo uma “armação”, porque eu e o desembargador Ricardo
Regueira, morto em virtude do furacão, nunca demos liminar para “autorizar
jogos de bingo”, decisões estas que foram dadas por inúmeros desembargadores
que ainda estão lá no TRF-2. Eu dei liminar para liberar máquinas de bingos, e,
mesmo assim, porque estes bingos estavam funcionando por decisões proferidas
por esses outros desembargadores; mas eu e o desembargador Ricardo Regueira é
que acabamos no olho do furacão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário