(continuação)
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O advogado Délio
Lins e Silva publicou um grito de alerta sob o título “Fora de controle”,
dizendo que nem ministro da Justiça era capaz de impor limites à Polícia
Federal, chamando a atenção para uma entrevista do advogado Tarso Genro, então
ministro da Justiça ao Correio
Braziliense, em que o ministro reconhecia não ter o controle da Polícia
Federal e não estar disposto a estancar os abusos costumeiramente por ela
praticados contra a prerrogativa dos advogados, e que essa entrevista revelava
a fraqueza do ministro da Justiça em relação à Política Federal, que deveria
lhe ser subordinada também de fato. Diz ainda esse advogado que, na entrevista,
o ministro dizia não ter recebido nenhuma denúncia sobre vazamentos das operações
da Polícia Federal; dizendo-se o articulista penalizado com um ministro que não
via televisão, não lia jornal, e não escutava o noticiário em que a maior
atração era justamente o “segredo de justiça”.
Todas estas considerações mostram a
preocupação dos advogados com a atuação espalhafatosa da Polícia Federal, em
megaoperações feitas com autorização judicial, nem sempre fundadas em critérios
de razoabilidade e bom senso, e prestando-se mais para fazer a festa da mídia e
impor ao investigado uma condenação moral, por antecipação, do que qualquer
outra coisa.
Penso que em vez
de gritos isolados de advogados responsáveis como estes, quem deveria estar
gritando juntamente com eles, nessas manifestações de indignação era a Ordem
dos Advogados do Brasil, que sempre disse ser defensora da Constituição e das
leis.
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável nas livrarias SARAIVA e em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas livrarias de todo o País.
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