sexta-feira, 1 de março de 2013

DEPOIMENTO PRESTADO PELO DESEMBARGADOR CARREIRA ALVIM, NO RIO DE JANEIRO, E QUE O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA NÃO LEU.

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
(Notas Taquigráficas SAJ/CORTAQ)                         (Audiência, 16/4/2010)
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Nós estamos terminando. Aqui e agora, Doutor ABEL, sabe quantas decisões eu dei? Setenta e três: vinte e duas, recurso a ser interposto, e cinquenta e uma, recursos já interpostos. A Globo, que me crucificou, eu dei várias decisões para ela em recurso interposto antes de ser admitido também. À Infoglobo, eu dei.   
E para Vossa Excelência ter noção da minha seriedade como julgador, eu julguei aquela causa do PROJAC. Sabe de quanto eram os honorários? O André Kozlowski  condenou a Globo, houve apelação e eu fui o Relator. E realmente a decisão não se sustentava, a meu juízo, e eu votei pela reforma. Sabe de qual era o valor dos honorários? Doze milhões de dólares. Os honorários. Nesse dia, sabe o que me deixou feliz? O [advogado do apelado] -- o pessoal da Globo chegou e ficou lá assistindo, acabou, foram embora -- chegou para mim e falou: "Desembargador CARREIRA  ALVIM, parabéns pelo voto de Vossa Excelência. Eu  perdi doze milhões de dólares, mas parabéns, porque foi um voto brilhante".  
Quer dizer, quem mexeu com causa de cruzeiros novos -- na época eram bilhões -- Desembargador ABEL GOMES -- vai se comprometer por causa de um milhão de reais de bingueiro? Se alguém quiser se comprometer com isso, vai se comprometer com muito dinheiro. Isso é coisa de bandido, que está querendo extorquir dinheiro do seu cliente e fala isso. 
Eu gostaria apenas de esclarecer o seguinte: eu dei três decisões - uma foi da Betec, outra foi da Reel Token e outra foi da Abra Play. Da decisão da Betec nós falamos a respeito -- ela está aqui...   
Quanto à decisão da Reel Token, como foi essa conversa? A denúncia transcreve uma informação em que ela tenta fazer aparentar que eu estou conversando com Sérgio Luzio, mas, na verdade, não é: eu estava conversando com o Bruno [meu assessor]. E é aí que aparece a expressão "Homem Não Identificado”. Eu não vou ler essa conversa toda, mas como é a conversa? Isso está no inquérito, eu não estou buscando nada fora do inquérito Conversa com Bruno:   
(Lê)   
                                                 "-  Sabe como é que  eu  atuava?"               
Vou repetir: eu chamava o Bruno, e ele falava: "Deu entrada com uma liminar." "Tem fundamento?" ''Não, não tem." "Então, vamos denegar." "Tem fundamento?" "Tem fundamento." "Então, vamos conceder." Era assim.             
Eu falando para o Bruno:  
(Lê)  
                                                    - "Carreira – Tira uma cópia para mim. Você tem uma cópia daquela decisão?
                                                     - Tenho:  
                                                     -  Não,  aquela do STJ.

                                                                                                                                         Pág. 82


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