"Uma coisa que me
chamou a atenção como juiz e me preocupou como cidadão é como podia a Rede
Globo divulgar que a Polícia Federal tinha desbaratado uma “organização
criminosa”, quando estava em face de uma operação que deveria ser executada em
“segredo de justiça”, conforme estava carimbado na busca e apreensão
determinada pelo ministro Cezar Peluso do Supremo Tribunal Federal na minha
residência. A operação Hurricane foi
parar na tela da Rede Globo antes que tivéssemos tido tempo de nos dar conta do
que estava acontecendo.
Essa penetração
da Rede Globo não é apenas na Polícia Federal, mas no próprio Poder Judiciário,
inclusive no Supremo Tribunal Federal, pois quando estávamos “custodiados” na
Polícia Federal em Brasília, éramos primeiro intimados pela televisão, onde a
intimação era anunciada, para somente depois que a Rede Globo divulgava uma
decisão do ministro, os advogados terem acesso à mesma intimação.
Foi assim que
ficamos sabendo que a prisão temporária seria prorrogada, como realmente o foi,
e também que o mesmo ministro havia expedido alvará de soltura em favor dos
desembargadores, o que igualmente ocorreu."
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, www.estantevirtual.com.br, www.bondfaro.com.br e nas melhores livrarias do Brasil.
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