sábado, 27 de outubro de 2012

DEPOIMENTO PRESTADO POR CARREIRA ALVIM, NO RIO DE JANEIRO, E QUE O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA NÃO LEU.


  PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO


(Notas Taquigráficas SAJ/CORTAQ)                                     Audiência, 16/4/2010
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(continuação)

(Lê)


"Esse diálogo [diz ANTÔNIO FERNANDO DE SOUZA, o ex-procurador-geral da República, na denúncia] evidencia que RICARDO REGUEIRA possuía interesse direto nos rumos dos bingos, pedindo favores a CARREIRA em beneficio das casas."           
Mentira! Isso é aleivosia, isso é um crime. O Procurador-Geral da República não pode usar do seu poder para lançar esse tipo de crime nas costas de um homem que hoje está morto, e que morreu por causa dele. Foi isso que matou RICARDO REGUEIRA.   

Isso é mentira. Isso não existiu. Ele meteu aqui por conta de conversa que não tinha absolutamente nada a ver. E tanto não tinha, que o que ele transcreveu aqui atrás, só porque eu falei de bingo com RICARDO REGUEIRA, que eu não conheço ninguém de bingo, eles acharam que a conversa era de bingo. Ele supôs que a conversa era de bingo. E realmente não conhecia. Imagine, Doutor ABEL, se eu, por acaso, tivesse dito aqui que eu conhecia um dono de bingo, que é meu amigo, onde que eu ia parar! Eu, dizendo que não tinha conhecimento, que não era pessoa de conhecimento de bingo, já me colocaram como quadrilheiro!

Vou fazer um outro desabafo aqui que; depois eu até falei com a minha mulher: "Tetê, ponha a mão para o céu." E o senhor, que conhece Polícia, sabe que eu não estou falando nenhuma mentira. Eu pensei com a Tetê: "Tetê, eles vieram aqui dentro da nossa casa, vasculharam e não acharam nada. Também não acharam nada na casa do JÚNIOR. Você põe a mão para o céu porque, se eles tivessem entrado aqui e plantado quinhentos mil reais, e quinhentos na casa do JÚNIOR, como nós íamos explicar isso? Eles entrariam no meu quarto, saiam de lá com uma malinha que eles já levariam preparada, voltavam: "Pode anotar, aí: quinhentos mil reais". Como é que eu ia provar que esse dinheiro não estava lá, que foi plantado? A minha mulher falou: "Para de falar isso. Vou tomar um remédio porque estou passando mal -- está me dando taquicardia". Mas eu falei para ela: "Mas quem faz essas perversidades não tem limites." Então, eu ponho a mão para o céu e ainda agradeço que eles ficaram só nos telefonemas, não fizeram essas plantações que de vez em quando... Eu sei, porque tenho um amigo, que defendi quando eu era advogado, que como eles queriam pegá-lo, plantaram uma droga dentro do seu carro. A mãe dele chorava. "Ele nunca mexeu com droga, mas a Polícia disse que achou no carro dele". E ninguém provou que não tinha achado. Como é que você vai provar que não foi você? A Polícia chega, põe e diz que achou lá...

Foi disso que o MEDINA reclamou. Os quarenta e tantos anos servindo à Magistratura tinham que valer para alguma coisa, pelo menos para uma presunção de veracidade, até que se demonstre o contrário, e não pôr palavra de policiais -- federais ou militares -- acima da palavra dele, que é um homem com essa experiência de vida.       

(Lê)
                              "Além de votar favoravelmente em processos sob o seu crivo... "·

Eu mostrei para Vossa Excelência aqui que, quando eu votei contra [o funcionamento de bingo], o REGUEIRA, acompanhou. Esse homem [o ex-procurador-Geral da República] não leu isso. Sabe o que eles fizeram? Ele pegou o relatório da Polícia Federal e colou. A informática até me disse: ele recortou e colou. Foi isso o que ele fez. (...)
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 (continua na próxima semana)

                                                                                                         
                                                             

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