domingo, 26 de fevereiro de 2012

FAÇA O QUE EU FALO, MAS NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO.

         Numa entrevista ao jornal VALOR, o ministro Cezar Peluso do STF continua equivocado, não sabendo do que está falando.
        Nessa oportunidade, perguntado pelo jornal se, no STF, já tinha determinado punições a juízes, respondeu:
        "Peluso: No STF, eu fui relator da supervisão do inquérito contra um ministro do STJ e juízes de tribunais federais. A denúncia foi recebida com base num longo voto meu que serviu de fundamento para que o CNJ aplicasse a pena a todos eles de aposentadoria compulsória. Essas punições de certo modo são obra minha, pois o CNJ não acrescentou nenhum outro dado a essa medida."
          Essas "punições" foram realmente "obra" de Peluso, no exato sentido do vocábulo, pela irresponsabilidade de não ter se inteirado realmente do que estava acontecendo, e acabou matando o Desembargador RICARDO REGUEIRA, fragilizado com tanta infâmia assacada contra ele.
       Na verdade, a punição imposta a mim foi pelo fato de eu ter almoçado num restaurante do Rio de Janeiro, a convite de um advogado, ao qual compareceram pessoas que o ministro Gilson Dipp considerou que eram "suspeitas". Nada, absolutamente nada do que ocorreu naquele almoço foi divulgado, porque a Polícia Federal estava lá, nos grampeou, mas nada se conversou nesse almoço que pudesse demonstrar suspeitas de corrupção. Conversamos sobre tudo, mas nada que pudesse comprometer ninguém. Por isso essas "conversas" não foram degravadas.
       O ministro Gilson Dipp deveria ter solicitado à Polícia Federal uma cópia dessas conversas, porque assim teria a oportunidade de constatar como foi enganado pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelo voto do ministro Peluso.
         Aliás, por falar em almoço, o ministro Gilson Dipp, que me aposentou por eu ter aceito almoçar, no Rio de Janeiro, num restaurante público, porque nada tinha de ilegal, compareceu a um jantar que ofereci aos integrantes do Encontro de Buenos Aires, juntamente com os ministros Cezar Peluso (que nessa época já havia mandado grampear o meu Gabinete) e Eliana Calmon, que como corregedora vem combatendo os encontros de magistrados. E o ministro Dipp sabia que eu estava sendo investigado pelo CNJ, e o próprio ministro Peluso também, porque ele próprio estava me investigando, e nenhum dos dois se recusaram a comparecer ao jantar de Buenos Aires. 

NOTA - A ntrevista foi concedida a Juliano Basile do jornal VALOR.

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