terça-feira, 5 de julho de 2011

POSTURA EDIFICANTE DE UM MAGISTRADO QUE SE MOSTRA POR INTEIRO

"Devemos reconhecer que, sob qualquer hipótese, essa é uma postura edificante: transparecer-se por inteiro! Se foi a desgraça pessoal que suscitou esse sentimento, viva a desgraça, porque ele, paradoxalmente, é sempre capaz de humanizar. Todos, aliás, deveríamos compreender que somos apenas passageiros nesta vida agônica e o poder ou o prestígio que viermos a reter por alguns instantes, certamente, nada disso nos pertence. Podemos não concordar com algum tipo de pensamento ou decisão, mas entre essa discordância e acreditar em que o seu objeto é contaminada de má-fé segue-se uma diferença que pode ser abissal. Disso também pode decorrer a injustiça. Todos aqueles que sofrem merecem consideração e respeito! E é essa atitude que pode transformar as Instituições ainda em construção num país primitivo como o nosso, desigual, paradoxal e injusto. Se eu acredito que alguém pode ser vítima de arbítrio em nosso país? Ora bem, para responder a uma tal pergunta eu afirmo com a minha própria experiência pessoal: vitalício, fui afastado por três "eternos" meses de minha Jurisdição sem imputação, sem forma e/ou figura jurídicas, supostamente para não arranhar a "imagem da Justiça", só em razão da cupidez de gente que se manifestava intolerante, mas que era gerenciadora do sistema. Motivos políticos nunca faltam. Pior do que isso, foi não merecer do STF (o 'guardião' da Constituição) a resposta adequada a essa situação, em primeiro lugar, e, depois, ainda, o sepulcral silêncio dos "inocentes", companheiros ou não. Até a morte de minha mãe não havia passado por sofrimento tão grande: ser tratado como um Magistrado do tipo daqueles contra quem sempre combati, e dediquei minha vida a esse combate justo como parte de minha profissão de fé!

Evidentemente, não posso tecer consideração objetiva a respeito do caso do Alvim, mas, acreditem, sei o que é sofrer."

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