(continuação)
___________________________________________________________
Tetê sempre gostou de receber
os amigos na nossa casa, pelo que, durante o tempo em que residimos em
Brasília, tivemos a chance de receber as maiores autoridades da República, e
com muitas das quais mantemos até hoje uma amizade que resiste ao tempo.
Ministros de vários
tribunais superiores frequentaram a minha casa, conhecendo-me por dentro, e não
por meio de gravações e interceptações telefônicas, como a determinada pelo
ministro Cezar Peluso do Supremo Tribunal Federal, fonte do maldito furacão que
se abateu sobre mim e minha família no dia 13 de abril de 2007.
Apesar da minha fixação no
Rio de Janeiro, nunca deixei de ter contato com a capital da República, aonde
ia com frequência participar de eventos jurídicos ou dar aulas, tendo sido
ouvido por muitos ministros dos tribunais localizados naquela cidade.
No dia em que o avião da
Polícia Federal, que nos conduzia presos, aterrissou no Aeroporto de Brasília,
confesso que senti meu coração diminuir, porque o que eu jamais poderia
imaginar – nem que Jesus Cristo descesse à Terra e me dissesse – é que um dia
eu chegaria ali preso por determinação de um ministro do Supremo Tribunal Federal;
que, aliás, nem seria o meu julgador, se o ministro Paulo Medina não tivesse
sido envolvido na mesma armação.
Meio mundo me conhece em
Brasília, porque lá é o paraíso dos bacharéis em Direito, e quem não me
conhecia pessoalmente, me conhecia pelos meus livros, que contam mais de cinco dezenas.
Uma servidora da Polícia
Federal, que me conduziu para dar um telefonema assim que chegou o meu alvará
de soltura, me disse estar feliz por me
conhecer pessoalmente, embora em circunstâncias pouco agradáveis, porque o
filho dela, um jovem advogado, era um admirador meu.
Como procurador da
República, tive a oportunidade de contribuir para reformar muita sentença penal
injusta, proferida por juízes federais sem a menor sensibilidade social,
verdadeiros cérebros eletrônicos de atuação
da lei.
(continua na próxima semana)
_________________________________________________________
Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável nas livrarias Saraiva e Travessa, e também em www.livrariasaraiva.com.br, www.travessa.com.br; www.bondefaro.com.br; www.estantevirtual.com.br e em outras livrarias do Brasil, também na versão e-Book.
Nenhum comentário:
Postar um comentário