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Outro integrante da
UDN, memória viva e exponencial da política goiana – de quando se exercia a
política por idealismo – é o advogado Olímpio Jayme, que também tomou
conhecimento por terceiro da imoral reunião. De imediato, repudiou a estúpida
ideia de assassinar um companheiro para atingir um adversário político.
Em encontro social,
o desembargador Norival Santomé, oriundo do quinto constitucional da advocacia,
indagou-me se eu tinha conhecimento da trama da morte do meu pai no período da
“revolução”, contado a ele não se recordando por quem. Comentamos o fato, o que
lhe causou mais indignação.
Apesar de haver escapado da guilhotina, a perseguição a meu
pai continuou por um bom tempo. Marcos Antônio Brito de Fleury, chefe da
Polícia Federal e comandante da repressão em Goiás, era temido pelas
atrocidades que cometia nos porões da tortura do regime de exceção.
Com a queda de
Mauro Borges, começou o ciclo da ditadura militar. Em Goiás, foram nomeados
generais que marcaram sua passagem pelo Palácio das Esmeraldas mais pelas
trapalhadas que protagonizaram que por alguma realização em benefício da
população. Houve quem desfrutasse das jabuticabeiras da sede do governo. Outro
comeu até os pavões que lá eram criados. Um terceiro deu nome à fonte de água
termal da Pousada do Rio Quente, o Poço do Governador, seu recanto predileto.
Quanto a obras em benefício do Estado, nada fi zeram.
A
repressão em Goiás, como em todo o Brasil, tinha
uma face dura, de crueldade sem limites. Torturou, matou e
fez desaparecer jovens idealistas cujo único pecado era ser contra o regime
militar. O ciclo do governo dos generais ainda hoje é duramente criticado,
mesmo depois da anistia política que somente serviu para encobrir a barbárie
praticada pelos militares
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro QUANDO O PODER É INJUSTO (Editora Kelps), de autoria de Eládio Augusto Amorim Mesquita.
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