"Era 13 de abril de 2007, às 5h30 da manhã, quando tocou o telefone, e do outro lado da linha, a minha filha Luciana mal conseguindo falar disse: “Pai”, e o telefone foi desligado num repente.
Pensei que tivesse havido alguma briga entre ela e o marido, Silvério Júnior; mas quase ao mesmo tempo tocou a campainha do meu apartamento com tal insistência que indicava que a situação era de indiscutível anormalidade.
Antes que me levantasse, tocou de novo o telefone, e, então, a minha filha Luciana conseguiu me dizer: “Pai, a Polícia Federal está aqui em casa, revirando tudo”.
Neste momento, percebi que alguma coisa grave estava acontecendo, mas nem tive tempo de pensar, pois minha mulher, Tetê, que tinha saído do quarto, retornava, dizendo-me assustada: “Carreira, a Polícia Federal está lá na sala armada até os dentes”.
Quando me levantei, ainda de pijama, deparei-me com diversos policiais federais fortemente armados, em que a arma menos potente era um big fuzil, de fazer inveja a qualquer um daqueles exibidos em Tropa de Elite, fazendo-me sentir realmente como se fosse um dos mais temidos criminosos do Rio de Janeiro.
O delegado encarregado da diligência disse-me, então, que era de Santa Catarina, e que deveria cumprir um mandado de busca e apreensão na minha residência, por determinação do Supremo Tribunal Federal, ocasião em que me exibiu cópia de um mandado de busca e apreensão, com a assinatura do ministro Cezar Peluso; mas, como não tinha um timbre, pedi ao delegado que aguardasse até que eu me certificasse de que era autêntico.
Confesso que não acreditei que se tratasse de um mandado expedido por um ministro do Supremo Tribunal Federal [que depois fiquei sabendo ser Cezar peluso], a uma, porque competente para me processar e julgar era o Superior Tribunal de Justiça; e a outra, porque esse Tribunal me tinha me dito que nada havia lá contra mim"
(Continua na próxima semana)
Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO, encontrável em www.saraiva.com e em www.bondfaro.com.br
Verdadeira afronta e desrespeito à Constituição Federal e a um ser humano que dedicou anos de sua vida a carreira pública e nunca apresentou perigo a sociedade ao ponto de justificar tamanho armamento dentro de casa!
ResponderExcluirIsso so acontece com os previlegiados por Deus,para que cheguemos ao reino Dele mais limpos.Os perigosos sao eles que podem usar a forca. Parabens para o Desembargador Alvim pela coragem e penso q sou igual a ele,estou lendo a minha historia atraves do seu livro, so q n sou autoridade e sim uma pessoa comum q passa por tudo isso
ExcluirDesembargador, eu penso que o Senhor foi Escolhido para uma importante missão e a está cumprindo! Não esmoreça!!!
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